O podcast Ambiente é o Meio desta semana conversa com o biólogo Samuel Portela, coordenador técnico da área de criação e gestão de Unidades de Conservação, com ênfase em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) da Associação Caatinga. Portela fala sobre a conservação do bioma brasileiro caatinga.
Na Constituição Federal, a “caatinga e o serrado não estão como patrimônios nacionais como a Amazônia e a Mata Atlântica”, adianta o biólogo, alertando para a desatenção sobre o bioma, uma floresta “rica e exuberante” que está sendo degradada pelo homem – “em média 50% das florestas nativas do bioma já foram alteradas de alguma forma”, afirma.
A riqueza da caatinga, segundo Portela, faz da região semiárida a “mais diversa do planeta”, com altas taxas de endemismo, “ou seja, espécies que só ocorrem aqui”. É um bioma que se destaca, por exemplo, “pela existência de mais de 500 espécies de aves catalogadas, 386 espécies de peixes, 183 espécies de mamíferos, mais de 190 espécies de répteis e quase 90 de anfíbios”.
Mesmo como única morada de espécies endêmicas, existem mais de 180 espécies ameaçadas de extinção, “principalmente pela perda de hábitat”, conta o biólogo. Quando há alterações na floresta original, continua o biólogo, as espécies “vão perdendo espaço, ficando mais vulneráveis e tendem a desaparecer. Isso, realmente, vem acontecendo”.
Outro alerta de Portela recai no semiárido da região Nordeste, onde já “existe alguns núcleos de desertificação, que são áreas que já foram alteradas, degradadas e estão em um processo que não há mais como reverter”. São áreas suscetíveis à desertificação, que exigem boa gestão com manutenção de florestas e recursos hídricos, completa o biólogo.
Ambiente é o Meio