Ambiente é o Meio #28: Privatização do Petar pode trazer sérias repercussões futuras ao País, alerta ambientalista

Comunidades tradicionais locais e quilombolas vivem da atividade de proteção ambiental num sistema de gestão participativa reconhecida nacional e internacionalmente

 23/02/2022 - Publicado há 2 anos
Ambiente é o meio - USP
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Ambiente é o Meio #28: Privatização do Petar pode trazer sérias repercussões futuras ao País, alerta ambientalista
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O podcast Ambiente é o Meio desta semana conversa com o ambientalista Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) e membro do Observatório do Meio Ambiente do Poder Judiciário. Mestre em Gestão Ambiental, Bocuhy fala sobre a concessão de Unidades de Conservação (UCs) e, principalmente, a intenção do governo do Estado de São Paulo de privatizar o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar).

O Petar, conhecido também como o Parque das Cavernas por possuir mais de 350 cavernas, está localizado no sul do Estado de São Paulo, entre as cidades de Apiaí e Iporanga, e possui a maior porção de Mata Atlântica preservada do Brasil, correspondendo a cerca de 35 mil hectares. Considerado Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), trata-se de uma unidade de conservação “extremamente relevante” devido aos aspectos ambientais, mas também porque abriga comunidades tradicionais e quilombolas “que sobrevivem da atividade da proteção ambiental”, segundo Bocuhy.

Para o ambientalista, é uma área “que integra a sociedade e o meio ambiente”, por isso é “muito especial e deve ser protegida”. O ecoturismo é desenvolvido no Petar com o conhecimento tradicional dessas comunidades, o que dá para a área “uma característica ímpar”, com guias oriundos da região que possuem um conhecimento tradicional, proporcionando ao turista a percepção da importância da integração entre o meio ambiente e a sociedade. 

Do ponto de vista de Bocuhy, a privatização pretende afastar a sociedade da gestão do parque, algo considerado “impensável para o Petar”. O sistema de gestão participativa e integrada que as comunidades locais aplicam é respeitado nacional e internacionalmente e “não pode ser transformado desta forma”. A privatização, insiste o ambientalista, trará “sérias repercussões no futuro” para todo o Brasil. Assim, Bocuhy defende que deve ser pensado um modelo de gestão que “mantenha as condições vitais para as comunidades locais”, que já estão se mobilizando para barrar a privatização do parque estadual.  


Ambiente é o Meio

Produção e Apresentação: Professores Marcelo Marini Pereira de Souza e José Marcelino de Resende Pinto, ambos professores da FFCLRP
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão 
E-mail: ouvinte@usp.br
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS .
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