![](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2019/11/Silvio-Salinas_-José-Goldemberg_-Vahan-Agopyan_-Claudio-Fonseca_-Soninha-Francine_-Lida-Kinoshita_-Foto-Jorge-Maruta-JMA_4809.jpg)
Uma sessão solene da Câmara dos Vereadores, realizada no dia 19 de novembro, na Sala do Conselho Universitário, marcou a outorga do título de Cidadão Paulistano ao professor do Instituto de Física (IF), Silvio Roberto de Azevedo Salinas.
![](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2019/11/Dida-Lina-Kinoshita_-Foto-Jorge-Maruta-JMA_4777-300x288.jpg)
O título foi concedido por iniciativa dos vereadores Claudio Fonseca e Soninha Francine. A idealizadora da homenagem foi a professora aposentada do IF e membro da Cátedra Unesco de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, Dina Lida Kinoshita.
“A Câmara de Vereadores faz, com grande satisfação e em bom termo, o deslocamento para a Universidade para homenagear uma pessoa honrosa, que orgulha nossa cidade”, destacou o vereador Claudio Fonseca.
Salinas nasceu em Araraquara e ingressou na USP em 1965, no curso de Física da então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL), e em Engenharia Elétrica, na Escola Politécnica (Poli). Foi assistente do ex-reitor José Goldemberg na cadeira de Física Geral da Poli. Entre 1969 e 1973 foi aluno de pós-graduação da Universidade Carnegie-Mellon, em Pittsburgh, nos Estados Unidos. Voltou para a USP no início de 1974. Obteve a livre-docência em 1977 e foi promovido a professor titular em 1985. Foi diretor do IF entre 1998 e 2002. Atualmente, Salinas, que se aposentou em 2012, atua no Instituto como professor sênior.
“Conheci o professor Salinas há 50 anos, quando houve a reforma universitária, em 1969, e foi decidido, então, que os Departamentos de Física que estavam distribuídos pelas unidades da Universidade seriam englobados em um novo instituto, o Instituto de Física. A contratação de Salinas, junto com vários outros colegas, tinha um significado importante. O ensino de física na Universidade passou a ser feito não apenas por profissionais de ensino, mas também por pesquisadores. É uma modificação qualitativa que ocorreu entre 1969 e 1970”, contou José Goldemberg, na cerimônia.
![](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2019/11/Titulo-de-Cidadão-Paulistano-a-Silvio-Salinas_-Foto-Jorge-MarutaJMA_4784.jpg)
“Ninguém encarna melhor essa transformação da Universidade do que Salinas, porque ele era um pesquisador atuante em uma área que não era popular na época, estado sólido de materiais, e com uma característica que é fundamental do ser humano: é uma pessoa corajosa e equilibrada”, continuou.
O reitor da USP, Vahan Agopyan, ressaltou a dedicação de Salinas à Universidade. “Ele é um homem muito corajoso, que jamais declinou de seus ideais. Como professor, foi dedicado e lutou para disseminar o conhecimento, inclusive se irritando com algumas posturas não condizentes com a Universidade que alguns grupos internos assumiram em um passado recente. Foi uma pessoa que lutou pela autonomia da Universidade”, considerou.
Em seu discurso, que marcou o encerramento da cerimônia, o homenageado falou sobre sua trajetória na USP. “A minha atuação na Universidade sempre teve um viés político, desde a época estudantil. Essa atuação política, no entanto, foi essencialmente acadêmica, defendendo valores estritamente acadêmicos”, afirmou Salinas.