Reitor é agraciado com medalha do Mérito Cívico Afro-brasileiro

A entrega da honraria aconteceu durante a cerimônia em celebração aos 130 anos da Abolição

 15/05/2018 - Publicado há 6 anos
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O evento foi realizado na noite do dia 14 de maio, no auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

O reitor Vahan Agopyan foi um dos agraciados com a Medalha do Mérito Cívico Afro-brasileiro, concedida pela Faculdade Zumbi dos Palmares às personalidades que tenham contribuído direta ou indiretamente para a elevação moral, socioeconômica, cultural e educacional dos negros brasileiros, reforçando os valores do respeito à diferença, tolerância e igualdade de oportunidades.

A entrega da medalha aconteceu durante o evento “130 Anos da Abolição da Escravatura”, realizado pela Faculdade Zumbi dos Palmares, em celebração aos 130 anos da assinatura da Lei Áurea, que extinguiu oficialmente a escravidão no Brasil.

Agopyan agradeceu, em nome da USP, a homenagem e afirmou que “a Faculdade Zumbi dos Palmares utiliza uma arma muito importante contra a discriminação, que é a educação. No Brasil, os dados sobre a educação são preocupantes: um terço dos jovens negros não consegue concluir o ensino básico, dois terços não concluem o ensino médio e só dez por cento dos jovens negros chegam ao ensino superior. As cotas são necessárias para não prejudicarmos a atual geração, mas temos que lutar muito para superar as barreiras que esse sistema educacional impõe aos nossos jovens negros”.

Também foram agraciados o ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva; o reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Marcelo Knobel; a diretora executiva de Recursos Humanos do Bradesco, Glaucimar Peticov; a secretária de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo, Eloísa Arruda; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, Marcos da Costa; a empresária Luiza Trajano; o presidente do conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi; o diretor do Balé da Cidade de São Paulo, corpo do Theatro Municipal, Ismael Ivo; o cantor Martinho da Vila; e a jornalista Glória Maria.

Prestigiaram a cerimônia alunos e docentes da Faculdade Zumbi dos Palmares, representantes da causa negra no Brasil, empresários, artistas e políticos – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

“No quilombo dos Palmares, os negros, os brancos e os índios se juntaram para defender a liberdade, para construir uma relação estruturada na igualdade, uma sociedade alternativa em que todos tivessem a oportunidade de viver suas vidas e construir seus sonhos. Esta noite é uma homenagem à luta dos nossos antepassados e uma oportunidade para reconhecer o quanto nós já caminhamos e o quanto ainda precisaremos caminhar para legar à nossa juventude um País em que todos possam ser tratados não pela cor da sua pele, mas pelo seu talento e pelo seu caráter”, afirmou o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente.

Cotas na USP

A partir do vestibular de 2018, a USP adotou a reserva de vagas para alunos oriundos de escolas públicas e autodeclarados negros, pardos e indígenas (PPIs) em seus cursos de graduação. Esta é a primeira vez que a Universidade adota uma política institucional de cotas sociais e raciais.

A reserva será feita de forma escalonada: no ingresso de 2018, foram reservadas 37% das vagas de cada Unidade de Ensino e Pesquisa; em 2019, a porcentagem deverá ser de 40% de vagas reservadas de cada curso de graduação; para 2020, a reserva das vagas em cada curso e turno deverá ser de 45%; e no ingresso de 2021 e nos anos subsequentes, a reserva de vagas deverá atingir os 50% por curso e turno.

Entre as personalidades homenageadas na noite estavam o bailarino e coreógrafo Ismael Ivo, o cantor Martinho da Vila e a jornalista Glória Maria – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

 


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