(Foto: Ernani Coimbra)(da esq. p/dir.) Vice-reitor, Franco Maria Lajolo; o ministro Sergio Resende; a reitora, Suely Vilela e a secretária geral, Maria Fidela de Lima NavarroO ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende, esteve nesta quarta-feira (16), na sala do Conselho Universitário (Co), onde apresentou para os membros integrantes dos Conselhos de Pesquisas da USP o Plano de Ação 2007-2010: Ciência, Tecnologia e Inovação para Desenvolvimento Nacional, que, dentre outros objetivos, pretende aumentar o orçamento da área para 1,5% do PIB brasileiro.
O plano de ação se divide em quatro prioridades estratégicas: expansão e consolidação do sistema nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), promoção da inovação tecnológica nas empresas, pesquisa, desenvolvimento e inovação em áreas estratégicas e CT&I para o desenvolvimento social.
Para conseguir atingir as metas, o plano se divide em 21 linhas, como, por exemplo, a consolidação da infra-estrutura de pesquisa científica e tecnológica do país, por meio do fomento a projetos individuais e coletivos, e também em 78 programas, como o Programa CEA (Centro Espacial de Alcântara).
O Ministério possui um orçamento atual de R$ 3,3 bilhões, mas a meta é aumentar este valor até 2010. No entanto, o próprio ministro reconheceu a insuficiência dos valores. “Os recursos ainda não são suficientes. Se chegarmos onde estamos pretendendo em 2010, serão 1,5% do PIB, sendo que os países ricos e industrializados investem de 2 a 3%, e Israel, 5,5%. É uma questão cultural. A nossa ciência ainda não aparece para a sociedade como uma atividade que traz desenvolvimento econômico e social, e é por isso que os políticos não a valorizam”.
Para a reitora Suely Vilela, o plano a deixa otimista com o futuro do país. "Com o plano apresentado pelo ministro Sérgio Rezende deixamos de ter ações pontuais na área de Ciência e Tecnologia e passamos a ter políticas de Estado", afirmou.
Já o professor Hernan Chaimovich Guralnik, do Instituto de Química (IQ) da USP, a idéia de que a ciência está longe de gerar atividade econômica foi contrariada. Exemplificando, ele lembrou os resultados da inovação na agricultura brasileira. “O ponto que me preocupa é que a idéia de que a pesquisa não se transformou em produto é contraditória com a Embraer, Embrapa e Petrobras. Se não há pesquisa nesses lugares, então, acho que temos um problema. Está comprovado que, quando se incorpora a pesquisa e a tecnologia à atividade econômica, o país costuma ficar em primeiro lugar nesta atividade”, afirmou o professor.
Perguntado se o Congresso apoiaria o Plano com maiores dotações do orçamento, uma vez que a verba destinada ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) sofreu um decréscimo este ano, por conta de emendas parlamentares, Rezende afirmou que o governo está elaborando um projeto de lei para resolver o problema e que pretende enviá-lo ao Legislativo em três semanas.
A diminuição da verba do CNPq fez com que os valores das bolsas aos pesquisadores não fossem reajustadas. Rezende acredita que o aumento virá com esse projeto de lei e sinalizou a possibilidade de correção dos valores no meio deste ano.
O ministro seguiu para o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) para dar posse ao físico Nilson Dias Vieira Junior no cargo de superintendente do Instituto. Na mesma ocasião, o físico Marcos Nogueira Martins, com doutoramento pela USP, toma posse como diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Além dos membros dos Conselhos de Pesquisa, estiveram presentes o vice-reitor, Franco Maria Lajolo; a pró-reitora de Pesquisa, Mayana Zatz; a pró-reitora de Graduação, Selma Pimenta Garrido; o pró-reitor de Pós-Graduação, Armando Corbani Ferraz; o pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária, Ruy Alberto Correa Altafim, e a secretária geral, Maria Fidela de Lima Navarro.
(com informações Rafael Kato / USP Online /rafaelkato@usp.br)