A Prefeitura do Campus USP da Capital lançou, no dia 25 de outubro, o Plano Diretor Participativo para discutir e implementar ações sobre temas importantes para o cotidiano da Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, em São Paulo. O projeto terá início em 2024 e contará com Grupos de Trabalho (GTs) que vão estudar e apresentar propostas para a melhoria da qualidade de vida no campus em sete áreas prioritárias: mobilidade, energia, água, resíduos, patrimônio, convivência e áreas verdes. O evento de lançamento foi realizado no auditório do complexo da Biblioteca Brasiliana.
“A importância desse plano diretor é que ele sinaliza como essa cidade vai funcionar e como podemos planejar as atividades nos próximos anos”, disse o presidente do Conselho Gestor do Campus, Ricardo Ivan Ferreira da Trindade, que é diretor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG). Segundo Trindade, a participação popular é a principal inovação desse projeto. “A gente fez uma consulta pública e temos representantes eleitos pela comunidade, em um pleito que mobilizou milhares de pessoas que votaram e elegeram seus representantes que estão aqui hoje e vão compor os GTs”, salientou.
O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, esteve presente cerimônia e destacou os impactos do plano diretor a longo prazo. “Desde o começo da gestão, nossa proposta é que todos os campi da USP sirvam de exemplo para as cidades onde estão inseridos. Se nós conseguirmos fazer, se nós mostrarmos que economicamente existe sentido em fazer essas propostas, outras cidades do Estado e do Brasil vão utilizar essas experiências dentro dos seus ambientes. Eu coloco muita responsabilidade nesse plano gestor, porque não estamos apenas fazendo um plano gestor, estamos fazendo modelos de desenvolvimento ambiental, social e urbano para o País”, afirmou.
A equipe do Plano Diretor é composta por um Comitê Coordenador, com membros indicados pelo Conselho Gestor e eleitos pela comunidade acadêmica – dentre eles, representantes discentes. “Esse é o primeiro plano diretor no qual mudamos a forma de elaboração. Isso foi fruto de uma mudança na própria estruturação do regimento do Conselho Gestor, que foi unificado em toda a Universidade”, afirmou a prefeita do Campus USP da Capital, integrante do Comitê Coordenador e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Raquel Rolnik.
Grupos de Trabalho
Os sete Grupos de Trabalho do Plano Diretor Participativo terão como função elaborar e processar conteúdo referente a diferentes eixos temáticos, pautados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Na cerimônia, representantes dos grupos puderam apresentar as metas de trabalho.
O diretor do Instituto de Química (IQ) e vice-coordenador do GT Resíduos, Pedro Vitoriano, evidenciou a atualidade dessa pauta: “Neste campus, a diversidade de resíduos é grande: temos a substância química, a substância farmoquímica, o resíduo que é gerado no Hospital Universitário. Um dos principais pilares desse GT é, principalmente, fazer o levantamento e análise dos dados e procurar saber o que já está sendo feito e como podemos aproveitar estas expertises”.
Já na apresentação do GT Áreas Verdes e Fauna, o coordenador Ricardo Pinto da Rocha, que é diretor do Instituto de Biociências (IB), apontou alguns dos desafios a serem enfrentados. “Temos problemas com espécies invasoras, que são plantadas no campus e afetam a nossa fauna e flora, e animais domésticos que são abandonados aqui.” Ele reiterou a importância do espaço verde para a saúde mental dos usuários do espaço universitário e como isso é uma prioridade para o grupo.
O processo participativo do Plano Diretor vai contar com reuniões dos GTs, apresentações públicas, oficinas participativas por setor e temas. Pelo site, é possível entrar em contato com os Grupos de Yrabalho e participar das oficinas, bem como ter acesso a toda a agenda das atividades. Contribuições da comunidade universitária podem ser enviadas aos grupos.
As oficinas participativas começam a partir de fevereiro de 2024, com leituras e compilação de conhecimentos sobre a situação atual da Cidade Universitária, a fim de elaborar propostas. Ao final de cada fase, serão apresentados relatórios que farão parte do dossiê final do Plano Diretor, previsto para ser apresentado em novembro de 2024. Antes de ser implementado, o documento deverá ser aprovado pelo Conselho Gestor do Campus e pelo Conselho Universitário.
* Estagiária sob supervisão de Adriana Cruz
