Grupo de estudos da USP cria observatório sobre “saúde total” da mulher

Novo Observatório de Saúde da Mulher irá realizar pesquisas e coletas de dados com foco na criação de políticas públicas voltadas para aspectos físicos, mentais, sociais, artísticos e econômicos

 Publicado: 17/04/2024
Foto: Freepik

 

O Instituto de Estu​​dos​​ Avançados (IEA) da USP acaba de lançar o novo Observatório de Saúde da Mulher. Por meio do grupo de estudos Saúde da Mulher, o observatório planeja mapear e coletar dados visando à criação de políticas públicas e apoiar a tomada de decisões por gestores dos setores público, privado e terceiro setor. Com uma abordagem interdisciplinar, o grupo terá pesquisadores das áreas da saúde, engenharia, humanidades, ciências exatas e sociais. 

O observatório será dividido em 11 eixos temáticos: Saúde da Mulher à Flor da Pele – A Interface com a Dermatologia; Observatório de Saúde Bucal da Mulher; Observatório da Saúde Mental da Mulher; Oncologia e a Saúde da Mulher; O Coração e a Saúde da Mulher; Saúde da Mulher Trans; Saúde da Mulher, Estilo de Vida e Bem-Estar; Violência Sexual e Doméstica; A Sexualidade nas Fases da Evolução Biológica da Mulher; Meio Ambiente e as suas Interfaces com a Saúde da Mulher; Saúde da Mulher e Arte, com a participação do grupo teatral de contação de estórias As Clês e do artista plástico James Kudo.

Com o objetivo de compreender a saúde da mulher em um macrocontexto, o observatório tratará de aspectos físicos, mentais, socioculturais e econômicos, considerando os debates em torno da igualdade de gênero. 

O projeto do grupo está amparado em dois projetos temáticos da Fapesp. O primeiro é um trabalho sobre efeitos extrareprodutivos da melatonina sobre o sistema genital e mamário, coordenado por José Maria Soares Junior, professor associado ao Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina (FM) da USP. O segundo está em análise e é coordenado por Silvia Vanessa Lourenço, professora associada ao Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia (FO) da USP. Os dois docentes atuam como coordenadores adjuntos do grupo ao lado do coordenador Edmund Chada Baracat, professor titular do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia. 

Do climatério à violência doméstica

Entre os objetivos do grupo está a promoção de campanhas de conscientização, eliminação de tabus e preconceitos, apoio à causa da mulher no climatério, oferecimento de capacitação técnica sobre o tema de saúde da mulher, realização de articulações diretas com outros grupos do IEA e interação com formuladores e gestores de políticas públicas para construção de conhecimento científico.

O grupo recebe apoio da Frente Parlamentar da Saúde Bucal da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), do hospital e centro de pesquisa A.C. Camargo Cancer Center e do Instituto Um Novo Olhar, organização não governamental responsável pelo tratamento médico gratuito a mulheres vítimas de violência doméstica.

Os trabalhos desenvolvidos no Observatório de Saúde da Mulher resultarão em diagnósticos feitos por meio de discussões sobre demandas detectadas pelo grupo. As análises críticas serão elaboradas a partir de dinâmicas em grupo e estudos de desempenho. Também haverá atividades educacionais envolvendo palestras, workshops, aulas e seminários para graduação, pós-graduação e extensão na Universidade. 

As outras tarefas compreenderão projetos de pós-graduação, ações educativas sobre saúde da mulher, projetos de cursos de extensão e elaboração de um livro com depoimento de mulheres, ilustrado por elas com trabalhos feitos no Centro de Preservação Cultura Casa da Dona Yayá, sob orientação de James Kudo.

Já as atividades exercidas pelo observatório irão resultar na produção de artigos científicos, matérias jornalísticas, guias para profissionais da saúde, eventos, boletins na Rádio USP, publicações no Projeto Salivando, podcasts no site Menopausando e construção do Portal Menstruando. 

 

*Com texto de Mauro Bellesa. Editado por Gabriella Varão


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