A Orquestra de Câmara (Ocam) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP realizará dois concertos neste final de semana. O primeiro será nesta sexta-feita, dia 26, às 21 horas, no Auditório Oscar Niemeyer do Parque Ibirapuera, em São Paulo. O segundo acontecerá no sábado, dia 27, às 17 horas, no Instituto Tomie Ohtake, também em São Paulo. As apresentações, que terão regência do maestro Gil Jardim, contarão com a participação do professor do Departamento de Música da ECA Ricardo Ballestero ao piano.
Nos dois espetáculos, a orquestra executará obras do professor da ECA Ronaldo Miranda, do húngaro Leo Weiner e de Wolfgang Amadeus Mozart. De Miranda, o público poderá apreciar Noneto, para instrumentos de sopro. De Weiner será exibida a Serenata para Pequena Orquestra em Fá Menor (Opus 3). Já de Mozart, a Ocam mostrará o Concerto para Piano Número 23 em Lá Maior (K. 488).
Ricardo Ballestero, atração do concerto, não só toca piano, mas também canta. “A minha formação inicial é de pianista, mas muito cedo eu comecei a trabalhar com canto lírico, especialmente em aulas de canto”, conta. Ele destaca as dificuldades da atuação do músico que canta e toca ao piano. “São várias coisas bem específicas que surgem no trabalho do pianista com canto”, diz Ballestero. Ele exemplifica: “Tem todo o trabalho de cointérprete, digamos assim, como você vai tocar para se adequar ao que está acontecendo na parte do canto. E, como a parte do canto tem texto, muitas coisas emergem dessa questão. A questão do som, do texto, da respiração”.
O trabalho com Gil Jardim
Ballestero já fez outras apresentações sob a regência do maestro Gil Jardim, que é diretor artístico e regente titular da Ocam e também professor da ECA. “A gente já esteve num concerto em que apresentamos a obra de Frank Martin, compositor suíço”, lembra. “Em 2007, houve uma coprodução do Departamento de Música da ECA, através da Ocam, com a Universidade de Austin, no Texas, Estados Unidos, e o Gil Jardim me convidou por causa do meu trabalho com canto e ópera.”
A atual colaboração surgiu com um convite do regente titular da Ocam. “Recentemente o Gil falou: ‘Por que a gente não faz um concerto para piano e orquestra?’. Eu sugeri algumas obras, que eu tinha tocado há muitos anos, e outras que eu gostaria de aprender, além de músicas de compositores com quem eu tenho mais afinidade”, revela Ballestero.
Foi a partir daí que surgiu também o repertório do concerto deste fim de semana, que trouxe a lembrança dos tempos em que Ballestero participava de concursos, ainda jovem. “Para mim tem a questão da memória, de um momento em que eu tinha 20 e poucos anos. Mas agora eu estou em outro momento, ganhei maturidade musical e, mesmo tendo essa ‘especialidade’ com canto, eu toco muitos instrumentos em concertos com música de câmara. A minha atuação é bem transdisciplinar, o que é bem atípico na música erudita. Eu não trabalho com música popular, mas dentro da música erudita eu consigo trabalhar com muitos universos.”
As apresentações
Para Ballestero, não é possível imaginar como as pessoas vão receber o concerto. Contudo, o que é garantido é uma das marcas de Gil Jardim: a variabilidade dos seus programas. “Os programas do Gil são realmente muito variados e bem costurados. Ele consegue trabalhar com gêneros diferentes. É um programa muito interessante, o que é uma marca do Gil.”
O concerto da Orquestra de Câmara (Ocam) da USP, nesta sexta-feira, dia 26, às 21 horas, será no Auditório Oscar Niemeyer do Parque Ibirapuera (Avenida Pedro Álvares Cabral, sem número, portão 2, Ibirapuera, São Paulo). Os ingressos custam R$ 30,00 (inteira) e podem ser adquiridos no site www.ingressorapido.com.br ou na bilheteria do auditório.
A apresentação no sábado, dia 27, às 17 horas, acontecerá no Instituto Tomie Ohtake (Rua Coropés, 88, Pinheiros, em São Paulo). Os ingressos são gratuitos e serão distribuídos 30 minutos antes do evento.