Pesquisa da USP sobre articulação intersetorial para o cuidado de usuários recebe menção honrosa na Exposaúde Ribeirão Preto

Pesquisa coordenada pelo Laboratório de Ensino e Pesquisa em Psicopatologia, Drogas e Sociedade, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, apresenta as possibilidades de articulação intersetorial para o cuidado de usuários do Centro de Atenção Psicossocial da cidade

 11/01/2022 - Publicado há 2 anos
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Trabalho do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Psicopatologia, Drogas e Sociedade (LePsis), da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), em conjunto com o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas II e o Sanatório Espírita Vicente de Paula, recebeu menção honrosa na 11ª edição da Exposaúde de Ribeirão Preto, realizada entre 25 e 26 de novembro de 2021. 

A pesquisa, Possibilidades e potencialidades da articulação da rede para o cuidado integral do usuário do centro de atenção psicossocial – Álcool e drogas: um estudo de caso, foi reconhecida na categoria Experiências no Serviço, que traz as vivências no trabalho das unidades e serviços de saúde, caracterizadas pela promoção de avanços que indicaram a solução de problemas ou obstáculos e que passaram a fazer parte do cotidiano. O trabalho apresentou as possibilidades de articulação intersetorial para o cuidado de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial II – Álcool e Drogas (CAPS AD II) de Ribeirão Preto a partir de um estudo de caso, que permitiu com que os pesquisadores refletissem acerca da multidimensionalidade do sujeito que busca o atendimento neste centro. 

A usuária assistida chegou ao serviço espontaneamente, passou pelo Acolhimento Inicial e, após a construção do Projeto Terapêutico Singular (PTS), foi acompanhada semanalmente por uma estagiária de Psicologia, sob supervisão de profissionais do serviço e da docente responsável, a professora Clarissa Mendonça Corradi-Webster da FFCLRP e coordenadora do LePsis. Durante o estudo, contam as autoras do trabalho, foram “levantadas as demandas referentes às diversas dimensões do sujeito e buscou-se recursos para o manejo destas, dialogando com o objetivo do usuário ao buscar o serviço”. 

Os resultados do estudo foram apresentados de acordo com os três primeiros momentos do PTS – diagnóstico, definição de metas e divisão de responsabilidades -, propostos pela Cartilha da Política Nacional de Humanização, comprovando que, “ao acolher as demandas deste usuário, o olhar para o seu cuidado deve ir além da busca de uma possível abstinência do uso de substâncias. Deve-se considerar seus aspectos sociais, políticos e históricos, e que estão em relação à família, comunidade e sociedade”, afirmam as pesquisadoras. 

As intervenções, defendem ainda, “devem abarcar a questão do uso de substâncias enquanto um fenômeno complexo, e que exige uma Clínica Ampliada, Integral e Intersetorial, baseada no fortalecimento da Redução de Danos enquanto diretriz de gestão do cuidado. Preconizando a promoção de saúde, prevenção, tratamento e reabilitação social, respeitando a totalidade e autonomia do sujeito”. 

O trabalho é de autoria de Cláudia Patty Guilger-Primos, Julia Cavalcante Ribas Pereira, Isabela Araujo Pratti, Gisela Pires de Oliveira Marchini, Carolina de Castro Menezes, Cristiana Nelise de Paula Araujo, todas membros do LePsis; e Clarissa Mendonça Corradi-Webster, professora da FFCLRP e coordenadora do LePsis. 

O evento

A Exposaúde tem a finalidade de identificar e disseminar experiências bem-sucedidas desenvolvidas pelos serviços, pesquisadores e profissionais das unidades de saúde de Ribeirão Preto, além de proporcionar a troca de conhecimento entre os profissionais do município, divulgação de trabalhos para a sociedade e contribuir para o aprimoramento das políticas públicas dirigidas às práticas de saúde no SUS. 

Neste ano, foram apresentados 89 trabalhos científicos em duas categorias, sendo a comissão avaliadora composta de profissionais que atuam no SUS e/ou Instituições de Ensino Superior. A Categoria 1 foi dedicada a pesquisas aplicadas na prática do SUS em unidades da cidade e a Categoria 2 às experiências no serviço, correspondendo às experiências que no trabalho (das unidades e serviços de saúde) foram caracterizadas pela promoção de avanços, que indicaram a solução de problemas/obstáculos e que passaram a fazer parte do cotidiano.


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