A cidade de São Paulo enfrenta alguns problemas quanto à infraestrutura dos semáforos, como o furto de cabos ou o amarelo intermitente, causado, geralmente, por curto-circuitos em decorrência da chuva ou de descargas elétricas. Conforme explica Flávio Tapajós, pós-graduando da Escola Politécnica (Poli) da USP, “o amarelo intermitente é um estado de proteção da segurança de trânsito”, imposto pelo controlador.
“Elas [as chuvas] podem causar danos, por exemplo, nas lâmpadas vermelhas. Quando você tem todas as lâmpadas vermelhas para uma rua, ela [lâmpada] não sabe que precisa parar. Então, você não pode dar verde para um lado e apagado para o outro para resolver esse problema”, afirma o pesquisador. Outro risco é de uma lâmpada verde acender indevidamente porque seu fio está ligado na lâmpada vermelha sem querer, causando colisões. Nesse cenário, o controlador coloca o sinal amarelo intermitente: “A causa principal é a de proteger, mas, infelizmente, é consequência de problemas no cruzamento”.
Possíveis soluções
Segundo Tapajós, o melhor caminho para resolver o problema da infraestrutura dos semáforos é trocar a arquitetura de separação de dados e de potência para fornecer apenas a potência e reduzir a quantidade de cobre condutor no cruzamento. Também é preciso realizar manutenções preventivas periodicamente, pois são instalações elétricas sensíveis a sujeitas e a várias intempéries.
A infraestrutura de semáforos sem fio seria uma alternativa para evitar o roubo, mas o pesquisador explica que, com a tecnologia utilizada hoje, é inviável a implementação. Isso porque, para acender uma lâmpada, a potência necessária não pode ser enviada sem fio.
Impasses para concretizar
De acordo com Tapajós, o entrave para resolver o problema dos semáforos não é de natureza técnica e científica, e sim a falta de investimentos nas tecnologias criadas, pois elas dependem de um comprador, que é o poder público: “O poder público tem muito receio de instalar uma tecnologia que não é compatível com a infraestrutura que ele tem, porque ele se prende a um fabricante específico ou a uma tecnologia específica”.
O processo de concorrência para comprar um semáforo também é grande e “feito com base no menor custo”, o que dificulta tanto a iniciativa privada quanto as universidades irem adiante com projetos de inovação.
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