Máscara de proteção contra a covid-19 ainda é importante, sobretudo para grupos de risco

O médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto frisa que idosos, obesos mórbidos e pessoas com comorbidades deveriam continuar a usá-las e diz que é preciso aumentar a imunização

 23/03/2022 - Publicado há 2 anos
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São Paulo se une a outras cidades e Estados que já anunciaram o fim do uso obrigatório da  máscara de proteção contra a covid-19 – Foto: Pixabay
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Liberado desde o dia 18 de março, o uso de máscaras de proteção contra a covid-19 deixa de ser obrigatório no Estado de São Paulo, tanto para ambientes abertos – que já tinham sido liberadas, no dia 9 – como para locais fechados.  Mas é importante lembrar que o uso ainda é necessário para o acesso ao transporte público  – como  trens, Metrô,  ônibus e suas respectivas plataformas -, além de carros de aplicativos e táxis na cidade de São Paulo. 

Professor Gonzalo Vecina Neto – Foto: Reprodução

A obrigatoriedade também vale para ambientes de saúde como hospitais, ambulatórios, consultórios,  postos de atendimento públicos e particulares. 

São Paulo se une a outras cidades e Estados, que já anunciaram o fim do uso obrigatório da proteção.  A  desobrigação ocorre por conta da melhoria dos indicadores epidemiológicos e da queda de internações em leitos de UTI e enfermaria.  

O professor  Gonzalo Vecina Neto,  médico sanitarista do Departamento de Política e Gestão em Saúde da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, explica que, depois de 22 meses com o uso de máscaras cirúrgicas, muitas pessoas estão cansadas. E orienta que, “apesar da flexibilização, alguns grupos ainda deveriam usar máscaras, como idosos, obesos mórbidos e pessoas com comorbidades”, avalia o especialista. 

Dose de reforço

O uso de máscara ainda será opcional no comércio e em escolas. No caso das escolas, a máscara está liberada apenas no recreio em pátios abertos. Dentro da sala de aula ainda continua obrigatório.

Apesar dos avanços na vacinação, sobretudo no Estado de São Paulo, 59  milhões de brasileiros ainda não tomaram a dose de reforço – Foto: Pixabay

Com a vacinação mais avançada do País, o Estado de São Paulo já imunizou com o esquema completo quase 90% da população com mais de 5 anos. A taxa de internações em leitos de UTI, está em torno de 37% em todo o Estado. O médico sanitarista, alerta que ainda é preciso aumentar a imunização, principalmente a dose de reforço. Vale lembrar que 59  milhões de brasileiros ainda não tomaram a dose de reforço.  

O Brasil ainda continua registrando um número alto de óbitos, mais de 300 ao dia,  por isso o professor Gonzalo Vecina diz que a meta agora é buscar remédios para combater a covid-19, assim como ocorreu com a vacina. “Os gestores devem sair atrás de remédios, que já existem, para serem usados no tratamento de pacientes que vierem a ter a doença. Essas pessoas podem ser beneficiadas com o tratamento precoce, destinado a paciente com comorbidades, para reduzir a mortalidade em pacientes fragilizados, conclui Vecina Neto.  

Apesar de as máscaras terem durado 1 ano, 10 meses e 10 dias, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, diz – quase dois anos depois de decretar a gravidade da crise sanitária causada pela covid-19 – que a pandemia está longe de acabar. 

Álvaro Furtado Costa – Foto: Arquivo particular

Agentes infecciosos

O infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP, Álvaro Furtado Costa, ressalta também que a máscara, além de proteger contra a covid, ajuda a impedir outros agentes infecciosos de causar doenças respiratórias. “Então, temos de lembrar que a máscara ainda é uma estratégia muito relevante para a proteção”, o que é um bom hábito deixado pela pandemia. Ouça a entrevista no player abaixo:

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