Incor permite que médicos interajam em tempo real no combate da covid-19

Para Carlos Carvalho (FMUSP), o contato entre os profissionais propicia que equipes apliquem as melhores práticas aos pacientes, com protocolos atualizados

 02/04/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 08/05/2020 as 18:10
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– Foto: Arquivo pessoal do professor Antônio Chaves de Assis Neto

Um projeto do Instituto do Coração (Incor) possibilita a discussão de casos da covid-19 em tempo real entre diferentes hospitais, melhorando a assistência aos pacientes, especialmente aqueles com quadro respiratório grave. “O projeto tem duas frentes: a primeira, com ensino e capacitação de profissionais da saúde; na outra, usamos uma teleconsultoria, como uma linha direta para discussão dos casos”, comenta Carlos Carvalho, professor titular de Pneumologia da Faculdade de Medicina da USP, ao Jornal da USP no Ar. “Quanto maior a conexão entre os pesquisadores, mais fácil e mais rápida será a melhora da crise”, afirma ele.

“Tendo uma base no Incor e outra em hospitais vinculados à Secretaria da Saúde, especialistas entram em contato uns com os outros a fim de agilizar casos mais graves”, comenta Carvalho. O projeto teve início em 2009, com a crise do H1N1, foi implementado em 2018, com a abertura de uma unidade respiratória no Incor, a fim de dar assistência a pacientes de quadros graves, e passou a ser usado para tratar vítimas da epidemia do coronavírus. “Como o vírus sofreu uma mutação no fim do ano passado, é completamente novo tanto para especialistas como para o nosso organismo, por isso os pacientes precisam da assistência médica”, completa o professor. 

Dois hospitais já fazem parte do projeto e estão em contato com o Incor: o Mandaqui e o Penteado, ambos da rede pública. Segundo Carvalho, com as trocas entre especialistas, haverá maior difusão de protocolos de atendimento e manipulação correta de equipamentos, especialmente em casos mais graves. “Os protocolos de assistência médica são modificados para esses casos, baseados em discussões com especialistas de outros países, e também na experiência anterior com o H1N1. Os profissionais estão sempre se reajustando para melhor assistir à população”, finaliza.

Ouça a entrevista na íntegra.


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