O Mundial de Clubes da Fifa é o campeonato marcado por um verdadeiro choque de realidades. É aquele momento em que um time sul-americano pode enfrentar um gigante europeu, sendo uma competição que muitas vezes escancara as diferenças entre o futebol exercido aqui e o de lá de fora. Essa diferença está ligada a diversos fatores, estando também ligada à administração das principais entidades que coordenam o futebol na América do Sul e Europa.
Roger Luiz Brinkmann é pesquisador da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP e seu mestrado tratou das diferenças na gestão comunicativa da Conmebol e Uefa, responsáveis por coordenar o futebol na América do Sul e Europa, respectivamente. O recorte de Brinkmann esteve nas principais competições organizadas por essas entidades: a Copa Libertadores da América e a Liga dos Campeões da Europa. “São produtos esportivos intangíveis, mas são produtos porque possuem valor”, afirma.
Observando as páginas do Facebook e os sites dessas entidades, foi possível analisar algumas diferenças: “Com a Conmebol, há uma preocupação de transformar sua imagem corporativa. A Conmebol é uma nova Conmebol, e eles comunicam isso”, aponta Brinkmann, referindo-se às estratégias da confederação após escândalos de corrupção respingarem sobre ela em 2015. Essa época também marcou maior transparência no portal da entidade, que começou a divulgar balanços financeiros e relatórios de responsabilidade social. Na Europa, os relatórios financeiros estão disponíveis desde 2012 e o foco da comunicação foi a propagação dos valores da Uefa (respeito, futebol, confiança, competitividade e prosperidade).
“As estratégias de comunicação na Uefa estão mais consolidadas, com menos publicações, mas conseguindo monetizar mais”, relata Brinkmann. Com a pandemia, que intensificou os fluxos de comunicação via ambiente digital, as estratégias de comunicação de entidades como a Uefa e a Conmebol ganharam mais destaque. “A comunicação vai muito além da gestão de crise. Ela é importante para a construção e relacionamento com os consumidores, para a manutenção da imagem corporativa e transparência.”
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