Demência deve ser diagnosticada cedo para tratar problemas cognitivos

Sonia Brucki recomenda que o próprio paciente e pessoas próximas a ele se atentem a sinais de piora em seu comportamento

 01/09/2022 - Publicado há 2 anos
Envelhecimento saudável é “envelhecer bem dentro das doenças que possam aparecer”  – Foto: Pixabay
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Com o avanço do envelhecimento da população, a demência, doença neurodegenerativa, passa a ser um problema de saúde pública, pois reduz as capacidades cognitivas referentes à memória e à linguagem e as capacidades visuoespaciais.  

Apesar do envelhecimento saudável pressupor que o indivíduo envelheça mantendo sua funcionalidade e sua cognição, a coordenadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Hospital das Clínicas (HC) da USP, Sonia Brucki, afirma que o envelhecimento saudável é “envelhecer bem dentro das doenças que possam aparecer”. Ou seja, uma pessoa com diabete ou hipertensão controlada ainda pode ter um envelhecimento saudável. 

Sonia Maria Dozzi Brucki – Foto: Fapesp/Reprodução

Ela também informa outras doenças associadas ao envelhecimento, como o Alzheimer, mal de Parkinson e a depressão, que mesmo não sendo neurodegenerativa, a princípio, pode levar a alterações cognitivas. 

Diagnóstico

Segundo Sonia, são várias as etapas para estabelecer o diagnóstico da demência em um paciente. A primeira é uma entrevista com ele e seu acompanhante, pois além do próprio paciente conseguir comparar seu comportamento com o passar dos meses, uma pessoa próxima e que o conheça há muito tempo também poderá fazer um parâmetro comparativo. “Às vezes você não tem a percepção de que está pior em determinada coisa, mas quem convive com você é capaz de dizer se você está piorando, se está mais repetitivo, se está tendo mais dificuldade para realizar tarefas que antes eram fáceis”, exemplifica. 

Para avaliar isso, faz-se exames laboratoriais para avaliar causas tratáveis, como diabete descompensada, colesterol alto, déficit de vitamina B12 ou alteração da tireoide. Além disso, verifica-se a história familiar de comprometimentos com outras doenças e os antecedentes pessoais do paciente, como quais funções ela exerceu durante a vida, se faz exercícios físicos, se é tabagista e quais doenças tem. 

Sonia, por fim, reforça: “Quanto mais precocemente você procurar auxílio médico, fizer o diagnóstico, iniciar o tratamento e ter uma alteração do estilo de vida, mais você vai poder lidar melhor com o problema cognitivo”. 


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