O carro elétrico, que já é uma opção em vários países do mundo, como no Japão, parece ainda estar longe da realidade brasileira. Nosso país não possui uma indústria local com condições de investir pesado no setor, apesar dessa tecnologia não ser estranha por aqui. Nos anos 1980, a Gurgel, numa iniciativa pioneira, chegou a desenvolver protótipos de carros movidos à eletricidade, mas uma série de limitações, próprias da época, impediu que o projeto fosse levado adiante.
Professor do Centro de Engenharia Automotiva da Escola Politécnica da USP, Marcelo Alves diz que uma das principais vantagens do carro elétrico é não ser poluente, uma vez que a propulsão desse tipo de veículo é feita a partir de motores elétricos – a energia é acumulada em bateria em vez de num tanque de combustível líquido, como acontece nos veículos convencionais. Além de não ser poluente, é também silencioso, o que pode fazer diferença numa grande metrópole às voltas com a poluição sonora. Outra vantagem é que ele pode ser parte do sistema elétrico da residência e parte do sistema elétrico da cidade. Quando não em uso, a carga da bateria do veículo elétrico pode ser usada nas residências, o que acaba por gerar uma revolução no sistema de distribuição de energia nas cidades.
A principal desvantagem do carro elétrico, segundo o professor Marcelo Alves, é o seu alcance. “Com uma carga de bateria, a gente não consegue ter o mesmo alcance, isto é, percorrer a mesma distância, ter a mesma autonomia, que num carro com combustível líquido”, afirma ele. Porém, em relação ao desempenho e à aceleração, eles nada ficam a dever aos carros convencionais. Acompanhe a entrevista com o professor da Poli pelo link acima.