Marília Fiorillo comenta decapitação de professor francês por fundamentalista

Segundo a colunista, colaboração de alunos na identificação do professor Samuel Paty mostra a linha tênue entre terrorismo e delinquência

 23/10/2020 - Publicado há 4 anos

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Na coluna Conflito e Diálogo desta semana, Marília Fiorillo comenta a decapitação do professor francês Samuel Paty e a linha tênue que separa terrorismo e delinquência. Paty foi decapitado há uma semana por um fundamentalista checheno por discutir em sala de aula a liberdade de expressão e mostrar algumas caricaturas de Maomé, cuja publicação em 2015 ensejou o ataque à revista humorística Charlie Hebdo, com 12 mortos. 

Segundo a colunista, a “prática da compostura está muito rara, desaparecendo do repertório público e privado e cedendo lugar ao deboche”. Para Marília, o professor Paty teve a compostura ou delicadeza de liberar da aula aqueles alunos muçulmanos que pudessem se sentir melindrados. A atitude não foi suficiente e, na saída da escola, o professor foi morto por Abdullah Anzorov. “Mas o crime só teve êxito graças à colaboração de dois alunos, um de 14 e outro de 15 anos, que ficaram ao lado do terrorista por horas para apontá-lo na saída das aulas.”

A professora comenta sobre a motivação dos jovens alunos em colaborar para a ação do assassino e rejeita a ideia de terem sofrido lavagem cerebral ou receberem influência familiar. De acordo com a colunista, a colaboração dos alunos em troca de dinheiro mostra como é tênue a fronteira entre terrorismo e delinquência: “Se alguma ideologia corrompeu esses adolescentes, foi o culto ocidental laico e indecoroso do consumismo. Destes jovens, pode-se dizer, não só há um único Deus e o seu nome é dinheiro”.

Ouça a coluna na íntegra pelo player acima.


Conflito e Diálogo
A coluna Conflito e Diálogo, com a professora Marília Fiorillo, vai ao ar quinzenalmente sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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