Pesquisa quer mapear e conhecer demandas do público trans e travesti da USP

Objetivo é saber quais são os anseios e dificuldades deste grupo para criar espaços de convivência, redes de apoio e planejar ações de prevenção e enfrentamento à transfobia

 09/02/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 13/05/2022 as 12:56
Foto: Divulgação/ Agência Senado – SinpsiSP

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Para promover ações de enfrentamento à transfobia no ambiente universitário, o projeto de pesquisa e extensão Corpos Trans e Travestis na Universidade de São Paulo (Corpas trans na USP) lançou uma pesquisa quantitativa para realizar um mapeamento e conhecer as pessoas trans e travestis de todos os campi da USP. Podem responder ao questionário disponível neste link quem tem idade igual ou superior a 18 anos e se identifica como uma pessoa trans ou travesti que pertença a um dos grupos da comunidade USP: alunos de graduação ou de pós-graduação, servidores técnico-administrativos, pesquisadores de pós-doutorado e docentes.

“Precisamos conhecer quem são as pessoas trans que frequentam a USP, seus anseios e as dificuldades enfrentadas. Os resultados desta pesquisa auxiliarão no conhecimento da população trans (suas necessidades socioeconômicas, seu bem-estar físico e psicológico, e sua resiliência) e fundamentarão o desenvolvimento de medidas e políticas institucionais para tornar a Universidade mais diversa e inclusiva à população trans e travesti”, explicam os organizadores da pesquisa.

Toda a equipe do projeto, formada por docentes, estudantes de graduação e pós-graduação, é composta somente de pessoas trans. A maioria dos integrantes é da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). “A partir deste mapeamento inicial, deste questionário quantitativo (…), a gente depois vai fazer entrevistas em profundidade com algumas pessoas que queiram participar da pesquisa para entender como é que se dão estas vivências trans na USP”, disse Silvana Nascimento, do Departamento de Antropologia da FFLCH. Ela também destacou alguns problemas já identificados: em relação ao nome social e ao uso do pronome correto, múltiplas formas de transfobia nas salas de aula, nos banheiros e nos espaços de convivência.

O questionário será respondido de maneira completamente anônima e os dados de identificação serão mantidos em sigilo. Depois, os resultados serão disponibilizados e publicados no site do projeto.

Redes de apoio

O projeto nasceu no primeiro semestre de 2021 a partir de uma iniciativa de docentes da USP e do Coletivo Xica Manicongo, movimento de estudantes trans e travestis na Universidade, fundado em 2020. Por meio de um primeiro mapeamento, surgiu a necessidade de elaborar um projeto mais amplo para conhecer as vivências da comunidade trans dentro do espaço da USP e construir ações de enfrentamento à transfobia no ambiente universitário.

Para a realização das ações, o projeto recebeu bolsas de graduação vinculadas ao Programa Unificado de Bolsas (PUB 2021) da Pró-Reitoria de Graduação e foi contemplado pelo Edital ODS/ONU 2021 da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária.

“O intuito do projeto é colaborar para a construção de espaços de convivência e redes de apoio por meio de pesquisas, atividades educativas e de formação, de acolhimento e mobilização da comunidade acadêmica em relação à temática trans. Deseja-se produzir impacto social em favor da concretização de direitos humanos e da redução das desigualdades sociais e de gênero, combatendo toda transfobia que se empreita institucionalmente ou de modo informal dentro da USP”, destaca o site do projeto.

Saiba mais sobre o Corpas Trans na USP no site da iniciativa, nas redes sociais (InstagramFacebookTwitterYouTube) ou pelo e-mail corpastrans@usp.br.

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Texto adaptado de Eliete Viana, da Assessoria de Comunicação da FFLCH

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