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World class university (universidade de classe mundial) é o termo que se usa para falar das instituições que estão no topo dos principais rankings que avaliam o ensino superior no mundo, caracterizadas, principalmente, pela alta produtividade científica e proporção elevada de corpo docente e discente de origem estrangeira.
Mas outro termo surge em contraponto, para destacar os “navios” que carregam uma terceira e crucial missão, além do ensino e do desenvolvimento da ciência: impulsionar o progresso social e econômico regional. “A expressão new flagship university realça a atuação da universidade sintonizada com as necessidades do seu entorno socioeconômico”, explica Guilherme Ary Plonski, vice-diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP.
Pode haver métricas também nos rankings para avaliar as novas universidades flagship? O movimento é tímido, mas as bases Web of Science e Scopus estão indo um pouco neste sentido ao começar a considerar citações de papers em patentes, ou seja, quando a ciência foi transformada em inovação. “Estamos presenciando o início de uma mudança de mentalidade para além do impacto da ciência na própria ciência, que no fim é o que mostra a citação de um paper em outro”, pondera Elisabeth Adriana Dudziak, especialista do Departamento Técnico (DT) do Sistema Integrado de Bibliotecas (Sibi) da USP.
Para Ary Plonski, que também é coordenador científico do Núcleo de Política e Gestão Tecnológica (PGT) da USP, a lista do que não aparece nos rankings pode ser longa, mas destaca um aspecto: o empreendedorismo inovador. Segundo o pesquisador, existe um esforço internacional em andamento para gerar uma forma adequada de tratar essa dimensão, já que os rankings são uma realidade consolidada. O PGT, que é vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade, está envolvido na Global Entrepreneurial University Metrics, uma iniciativa global que terá, em paralelo, uma parte desenvolvida no Brasil, para definir indicadores e comparar experiências.
Ele menciona, ainda, o projeto Started@USP, que busca mensurar a contribuição da USP ao entorno socioeconômico por meio de spin-offs, ou seja, empresas originadas em universidades e nos institutos de pesquisa. O professor explica que, para isso, é feita uma abordagem de big data junto à coleta clássica de informações, e que o projeto envolve, além do PGT, a Pró-Reitoria de Pesquisa, a Superintendência de Tecnologia de Informação, a Agência USP de Inovação e o Núcleo de Empreendedorismo da USP.
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Professor Ary Plonski destaca a importância do empreendedorismo inovador nas universidades.
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A maior pós-graduação do mundo
As contribuições de quem cursa a USP e atua para fora dos muros da Universidade também são notáveis quando se verifica a formação de lideranças, profissionais e acadêmicos.
Para ter uma dimensão desse papel, basta olhar para a pós-graduação: por ano, cerca de 7 mil alunos concluem cursos de mestrado e doutorado na USP e, atualmente, há quase 25 mil estudantes na pós. “Esse é um número que você não vai encontrar em universidade nenhuma do mundo. Formamos cerca de 22% dos doutores do Brasil”, afirma o pró-reitor de Pós-Graduação, Carlos Gilberto Carlotti Jr. O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (IMT), por exemplo, que ocupa há anos a primeira posição no QS University Rankings, tem cerca de 6.600 alunos de pós-graduação.
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Pró-reitor de Pós-Graduação,
Carlos Carlotti Jr.
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Influência em políticas públicas
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Outra maneira de olhar para o papel da USP na formação de pessoas é pelo viés político. Passaram pela Universidade – ou permanecem nela como pesquisadores – pessoas que se tornaram presidentes da República, governadores, senadores, ministros e prefeitos. “A Universidade não forma só técnicos, forma cidadãos, pessoas com capacidade de refletir e fazer diferença onde estiverem”, ressalta Antonio Carlos Hernandes, pró-reitor de Graduação.
E ainda no âmbito político, são vinculados à Universidade especialistas e pesquisadores de várias áreas que desempenharam papel fundamental na definição de políticas públicas em todo o País. Foi a partir de uma parceria de um núcleo da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP com o Ministério da Saúde que foi elaborado o novo Guia alimentar para a população brasileira, publicação que inovou ao propor sugestões para a alimentação a partir de questões culturais e sociais, muito além de nutrientes e calorias. Lançado em 2014 em substituição à primeira edição, de 2006, o novo Guia foi elogiado por pesquisadores da área de nutrição, inclusive de fora do Brasil.
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Colaboraram: Aline Naoe e Hérika Dias
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