Foto: 123RF

Como a USP está ajudando no combate ao coronavírus?

Cientistas da Universidade se unem a pesquisadores do mundo inteiro para entender o vírus e frear seu avanço

19/02/2021

Em menos de um ano, a USP já acumula cerca de 270 projetos de pesquisa relacionados à luta contra a covid-19, doença causada pelo coronavírus, denominado SARS-CoV-2. O levantamento é da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da USP, que catalogou as iniciativas e as disponibilizou em seu site para que todos possam acompanhar o que os cientistas da Universidade têm feito.

O número é relevante. Até outubro do ano passado, a USP estava em 16º lugar entre as instituições de pesquisa com maior número de publicações sobre o coronavírus. Entre os países, o Brasil alcançou a 11ª posição. Esse é o resultado de um esforço coletivo de cientistas de todo o mundo. Na USP, muitos grupos de pesquisa voltaram seus estudos para um foco maior na doença.

O resultado são o sequenciamento do genoma do vírus, o isolamento e cultivo do vírus disponibilizado para pesquisa em vários laboratórios do País, o desenvolvimento de ventiladores pulmonares, novos métodos para detecção de covid-19, avanços para obtenção de novas vacinas, incluindo vacinas por spray nasal, entre muitos outros. 

A seguir, indicamos alguns resultados de destaque obtidos pelos pesquisadores e pesquisadoras da USP. São trabalhos realizados pelo seu corpo docente de pesquisadores, com importante participação de seus estudantes, pós-doutorandos, técnicos de laboratório e funcionários.

Sequenciamento do genoma do Sars-CoV-2

Equipe do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP, em São Paulo, sequenciou o genoma do vírus dois dias após a confirmação do primeiro caso da covid-19 no Brasil. Esse trabalho é importante para a compreensão da transmissão do vírus em determinada região.

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Isolamento e cultivo do Sars-Cov-2
em laboratório

Essa ação do laboratório do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, em São Paulo, permitiu distribuir o vírus inativo para laboratórios de todo o País. Com o vírus inativo, ele pode ser usado no teste PCR de detecção do vírus e em inúmeras pesquisas para o desenvolvimento de novos testes, fármacos e vacinas. A distribuição para outras instituições do País foi possível por meio de uma logística estabelecida junto ao Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovações (MCTI) e aos Correios.

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Respirador Inspire!, criado na USP – Foto: Governo do Estado SP

Inspire!

Projeto inovador desenvolvido na Escola Politécnica (Poli) da USP, em São Paulo, para produzir em larga escala ventiladores pulmonares de baixo custo e de rápida produção. O equipamento é um aparelho fundamental para ser usado em casos crônicos de deficiência respiratória, um dos aspectos mais graves da ação do vírus no corpo humano. Vários desses equipamentos foram doados a hospitais, inclusive para Manaus agora em janeiro.

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Respire!

Em março do ano passado, com o início da pandemia, o País enfrentou escassez de máscaras faciais para profissionais da saúde devido à alta demanda. Um projeto da USP produziu um milhão de máscaras. A ideia do projeto foi ampliar a oferta de máscaras de proteção seguras, utilizando tecnologia alternativa. Ele ainda gerou renda para profissionais, oficinas de costura e cadeia de suprimentos.

As máscaras atenderam às necessidades dos hospitais vinculados à USP, como o Hospital das Clínicas em São Paulo e em Ribeirão Preto, Hospital Universitário e Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais em Bauru. Foram desenvolvidos dois modelos de máscaras, as cirúrgicas e as N95/PFF2, que pudessem ser produzidas em oficinas de costura e usando materiais alternativos.

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Máscaras do projeto Respire - Foto: Inova USP

Equipamentos para a descontaminação de superfícies

Rodo para descontaminação - Foto: Divulgação/IFSC

Os equipamentos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP usam luz UV-C para inativar o vírus SARS-CoV-2 em superfícies de móveis, pisos e paredes, visando à diminuição do contágio da covid-19. Esses equipamentos foram disponibilizados à Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, interior de São Paulo, e a hospitais e ambulatórios da USP.

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Rede USP para o diagnóstico da covid-19

Cinco centros voltados para a realização de testes de diagnóstico molecular para a detecção da covid-19 no Estado de São Paulo: dois na capital, um em Ribeirão Preto, um em Bauru e outro em Pirassununga. Os testes moleculares se baseiam na detecção, por reação de PCR em tempo real, do material genético do vírus e, consequentemente, permitem a identificação de indivíduos portadores do vírus, sendo considerado o teste de padrão ouro.

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SPIRA

Sistema de detecção Precoce de Insuficiência Respiratória por meio de análise de Áudio (SPIRA). Ferramenta de telemedicina para ajudar na triagem de pacientes da covid-19, por meio da detecção precoce de insuficiência respiratória por análise de áudio, usando técnicas de Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina.

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Foto: Lucas Santos/FAU USP

Open Source Robô Transportador Hospitalar

Desenvolvimento de um robô autônomo de pequeno porte para hospitais a fim de auxiliar profissionais da saúde na entrega autônoma de materiais aos pacientes, de forma a diminuir a carga de trabalho e o contato desses profissionais com pessoas infectadas com o coronavírus.

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Teste para detecção de covid-19 pela saliva

Validação de teste rápido, menos invasivo, para diagnóstico da doença. O método é uma alternativa ao exame de RT-PCR para detectar o novo coronavírus durante a fase aguda da infecção. A proposta é aumentar a disponibilidade e a rapidez, e diminuir os custos para realização de testes moleculares por meio de simplificações dos processos. O teste está de acordo com as diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Foto: Divulgação/CEGH-CEL

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Foto: Reprodução/Observatório Covid-19 BR

Observatório Covid-19 BR

O observatório desenvolve ferramentas estatísticas e matemáticas para informar as pessoas e a gestão pública como, por exemplo, a modelagem da curva de casos de covid-19. No momento, o observatório dá suporte à Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, ao Comitê de Crise da Pandemia do Estado de São Paulo e ao Estado Maior do Exército Brasileiro (2ª Divisão, Seção de Planejamento e Operações).

Participam da iniciativa pesquisadores da USP e diversas instituições científicas nacionais e internacionais. 
O observatório mantém um site de divulgação e tem intensa presença na mídia, com participações em veículos como Fantástico, Portal G1, Folha de S. Paulo e CNN Brasil.

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Análise de Big Data na Saúde

Grupos especializados na integração de grandes volumes de dados para a área da saúde. Desde o início da pandemia, há a necessidade de integrar e analisar dados moleculares, clínicos, epidemiológicos e até de mobilidade de dezenas de milhares de pessoas. Esses trabalhos ajudaram a entender a fisiopatologia, transmissão e respostas imunológicas associadas à covid-19. Técnicas de Inteligência Artificial foram fundamentais para processar e analisar esse gigantesco volume de dados gerados por laboratórios do mundo todo.

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Transferência passiva de imunidade

Desenvolvimento de soro hiperimune de pacientes convalescentes e de doadores soropositivos baseado na triagem de doadores para anticorpo IgG anti-SARS-CoV-2 para aplicação em indivíduos infectados pela covid-19.

Vacina por spray nasal

Uma proteína do vírus foi colocada em uma nanopartícula desenvolvida a partir de uma substância natural. Uma vez administrada dentro das narinas, espera-se que o organismo produza anticorpos, além de inibir a entrada do patógeno na célula, impedindo a colonização do vírus no local da aplicação. A vacina está sendo testada em animais.

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Autópsia minimamente invasiva

Baseada em diagnóstico por imagem e intervenção percutânea, aumenta a segurança dos profissionais de saúde pela redução do contato com os corpos. A coleta de amostra de tecidos dos pacientes possibilitará maior conhecimento da doença, além da criação de um biorrepositório para pesquisas voltadas a entender os mecanismos da infecção.

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Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Estudo de reposicionamento de fármacos

Desenvolvimento de uma plataforma de triagem fenotípica para reposicionamento de fármacos, descoberta de novas entidades químicas e validação de alvos para tratamento da covid-19. Essa iniciativa consiste em utilizar culturas de células humanas infectadas com o coronavírus SARS-CoV-2 e avaliar a atividade antiviral de diferentes moléculas, tanto de origem sintética quanto natural.

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Protetor facial

Foi desenvolvido na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, em São Paulo, com o objetivo de atender rapidamente à demanda por protetores faciais no início da pandemia, com montagem simples a partir de peças disponíveis no mercado. A produção foi dirigida a profissionais da saúde para utilização junto com as máscaras, buscando garantir maior proteção contra a covid-19.

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Foto: Projeto Higia/Divulgação

Foto: equipe de desenvolvimento FOM

“Almofadas” anatômicas

Dispositivos anatômicos para acomodar pacientes graves com covid-19 que permanecem por longos períodos internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Além de ajudar na recuperação da doença, os coxins minimizam a evolução de processos inflamatórios pulmonares e evitam lesões ortopédicas e ulcerações de pele.

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Aplicativo para diagnóstico da covid-19 a partir de radiografia do pulmão

O aplicativo Marie é capaz de identificar se um paciente está com a covid-19 a partir de uma simples radiografia de pulmão. Na covid-19, o aspecto de ‘vidro fosco’ no pulmão possui forma diferente até em relação a outras patologias que também apresentam essa característica, o que propicia a análise pelo aplicativo.

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Foto: Divulgação/FFCLRP

Hormônio atua como barreira contra o SARS-CoV-2 – Foto: NIAD/NIH

Pesquisa sobre melatonina produzida no pulmão

Foi constatado que a melatonina produzida pelo pulmão atua como uma “muralha” contra o SARS-CoV-2, impedindo que o patógeno entre no epitélio, que o sistema imunológico seja ativado e que sejam produzidos anticorpos. Isso ajuda a entender por que há pessoas que não são infectadas ou que estão com o vírus e não apresentam sintomas de covid-19.

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Biossensor para teste rápido de covid-19 – Foto: Karla Castro/ doutoranda do IQSC

Teste Popular de Covid-19

Teste capaz de detectar anticorpos contra o coronavírus em apenas 10 minutos, a um custo até cinco vezes menor que a média do mercado. Com uma gota de sangue do paciente, ele identifica a presença de IgG produzido ainda na fase aguda da doença, em média 10 dias após o início dos sintomas. O teste aguarda aprovação da Anvisa.

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Identificação de moléculas associadas à hiperinflamação na covid-19

O grupo multidisciplinar ImunoCovid mostrou que no processo inflamatório pulmonar, a tempestade de citocinas e a gravidade da doença estão associadas ao aumento exagerado de mediadores lipídicos e de acetilcolina, o que não havia sido ainda associado à covid-19. Isso abre perspectivas para novos diagnósticos e tratamentos.

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Mais informações: https://prp.usp.br/usp-e-covid-19

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da USP