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Nesta sua coluna, a primeira do ano, a professora Marisa Midori fala sobre a reedição – numa parceria da Casa Rex e da Lote 42 – de um livro publicado pelo poeta Blaise Cendrars em 1913, A Prosa do Transiberiano e da Pequena Joanna de France, “obra que se tornaria um marco na exploração das possibilidades narrativas e materiais do objeto livro”. Ela destaca ainda que estamos diante de uma edição fac-símile de um livro sanfona, com 2 metros de extensão. “E é por isso que a leitura, portanto, a viagem, se faz através de algumas dobras. Cabe a nós, leitores, nos desdobrarmos sobre o livro.”

A obra apresenta uma junção entre poesia e arte visual, o que nos permite uma dupla viagem, “seja nos 2 metros de poesia e cores que nos são oferecidos no fac-símile ou nas páginas não menos coloridas e fascinantes que nos permitem uma imersão no tempo e no espaço da produção do livro”, o que acaba por nos remeter à vanguarda modernista parisiense (Picasso, Chagall, Modigliani, Léger, Kandinsky) no campo das artes visuais. E a edição ainda vem com um bônus: a dedicatória que Blaise Cendrars fez no exemplar original de Paulo Prado, “pois os editores se valeram desse raro volume, hoje depositado na Biblioteca Mário de Andrade”.

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