Pesquisas avaliam aspectos mais permanentes da democracia no mundo

Nesta coluna José Álvaro Moisés busca levar as pessoas à reflexão sobre o que está acontecendo no dia a dia da vida política

 04/08/2020 - Publicado há 4 anos

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Há cerca de 30 anos analistas e democratas, em várias partes do mundo, celebraram o que o cientista político norte-americano, Samuel Huntington, chamou de a terceira onda da democratização do planeta. Na verdade, um conjunto tão significativo de transformações antiautoritárias levou outro analista, o filósofo americano Francis Fukuyama, a escrever um ensaio que anunciava o fim da história. Seu ensaio acabou se transformando em fonte de controvérsias e de ácidas disputas intelectuais ao modelo liberal que asseguraria, em tese, tanto a plena liberdade e autonomia dos indivíduos quanto seu direito de autorizar governos de agirem e falarem em seu nome.

Menos de 30 anos depois, um conjunto de novos acontecimentos, a maior parte sinalizando a reversão da expansão democrática anterior, colocou a democracia liberal na defensiva. A seguida ascensão de governos populistas ou abertamente iliberais mostrou que uma nova onda de transformações políticas estava se iniciando, mas desta vez mostrando o oposto da anterior, ou seja, a perda de forças das ideias liberais. Países da Europa, União Europeia e da América Latina foram atingidos pelo que está sendo designado como o retorno do populismo.

O professor José Álvaro Moisés diz que “é preciso considerar que a emergência dessas lideranças representa uma nova fase no processo de democratização no mundo, mas está colocando em questão alguns dos aspectos mais fundamentais das garantias que foram construídas durante séculos por um modelo liberal de democracia”.


Qualidade da Democracia
A coluna A Qualidade da Democracia, com o professor José Álvaro Moisés, vai ao ar quinzenalmente,  quarta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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