Você consegue imaginar como a capital paulista funcionava no século passado? Apesar de não ser um período que está muito distante, é comum que as pessoas tenham uma visão desse tempo que não corresponde com a realidade. Para melhorar essas perspectivas, os registros civis existem para colaborar com a avaliação das mudanças demográficas que ocorreram na população.
Natalidade
O número de nascimentos em uma determinada região é um importante indicador dos parâmetros sociais e demográficos desse ambiente. Assim, é possível observar que, no início de 1900, cerca de 8.600 crianças nasceram em São Paulo. Enquanto isso, apenas em 2000 foram registrados 207.462 nascimentos no Estado.
A partir dessas informações e das estatísticas vitais produzidas pela Fundação Seade, avalia-se que, nos primeiros 50 anos do século 20, a evolução de nascimentos foi lenta e gradativa, contando com uma aceleração após esse período.
O maior número registrado no Estado aconteceu em 1982, com 256.393 nascimentos. Depois desse período, os valores passaram a contar com mais variações, mas com uma tendência marcante para a queda — chegando ao número de 135.549 crianças nascidas vivas em 2021.
Mortalidade e casamentos
Outro índice importante para esse debate é a avaliação da evolução do número de óbitos no País. Assim, observa-se que o início do século 20 foi marcado pelo crescimento da incidência de doenças infecciosas e parasitárias e de algumas epidemias, como a da gripe espanhola.
A partir de 1950 houve uma melhora na recorrência desses casos, que passaram a acompanhar a naturalidade do envelhecimento populacional. Uma das exceções nesse cenário ocorreu em 2020, com a pandemia de covid-19 colaborando para um novo pico de mortes.
Com relação aos óbitos infantis, em 1900 o índice de crianças que nasciam sem vida era de 207 para cada mil nascidas vivas. Em 2020, esse número havia contado com uma redução para 16 por mil e chegou ao número de 10 por mil em 2021.
Com relação aos casamentos, a Fundação Seade aponta que o seu número acompanhou o crescimento populacional, com um auge entre os anos de 1975 e 1985. O índice também contou com algumas variações e voltou a diminuir após 2015 — aspecto que indica que o casamento é a variável demográfica mais sensível a crises econômicas. Assim, o número de casamentos também encontrou dificuldades em 2020 e 2021 em decorrência da pandemia de covid-19.
*Sob supervisão de Cinderela Caldeira e Paulo Capuzzo
Boletim Panorama Paulista é uma parceria Rádio USP e a Fundação Seade
Produção: Paulo Emira
Co-produção - Cinderela Caldeira, Tulio Shiraishi, Julia Estanislau
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