A primeira obra de Charles Darwin, de 1859, ficou célebre e famosa. Mas a segunda, de 1871, como destaca o professor José Eli da Veiga, foi muito desprezada. “Muita gente nem sabe que ela existe”, diz o colunista. Segundo ele, há os que conhecem bem a A Origem das Espécies e a denominam como o grande livro de Darwin. “Mas nem percebem que foi um livro provisório. Ficou faltando a metade!”, observa Eli da Veiga.
Em A Origem das Espécies, Darwin não aborda a espécie humana. “Só há uma frase sobre os humanos”, lembra o professor. Para ele, Darwin não foi ingênuo, “pois ele sabia muito bem quais eram os riscos de falar da espécie humana naquela Inglaterra anglicana e vitoriana.” Com certeza ele teria sido banido se, em 1859, tivesse publicado tudo o que já tinha sobre a evolução da espécie humana, o que fez em 1871. O professor avisa que o tema ainda será abordado em outras colunas, já que no próximo dia 22 de novembro acontecerá, no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, o evento on-line Os 150 Anos da Outra Grande Obra de Darwin, que será organizado por ele.
Sustentáculos
A coluna Sustentáculos, com o professor José Eli da Veiga, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção na Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
.