Entre países asiáticos, o Afeganistão se destaca pela alternância de poder. Primeiro, os soviéticos invadiram o país em 1979, depois o grupo fundamentalista islâmico Talibã, em 1996, após um período de guerra civil, para desembocar na ocupação norte-americana. Agora, o poder sobre o território afegão é novamente de extremistas.
A retomada do Talibã veio logo após a retirada de tropas norte-americanas, que se deu no dia 6 de julho. O grupo agora toma cidades e capitais de províncias. Em sua coluna Conflito e Diálogo, a professora Marília Fiorillo aponta que o cenário futuro deve ser de retorno ao poder por parte do Talibã, o que vem provocando fuga massiva de afegãos. “Há 40 anos, o Afeganistão não sabe o que é paz ou estabilidade”, afirma Marília.
A chegada do Talibã ao poder na década de 1990, a princípio, foi acompanhada de alguma esperança de que o caos pudesse ser eliminado, “principalmente as mulheres, para as quais a posterior obrigação do uso da burca foi muito bem recebida, porque era uma blindagem contra os estupros superfrequentes”, explica Marília. O otimismo, porém, logo cessou com os anos de opressão e arbitrariedades que se seguiram sob o domínio do Talibã.
Soma-se a isso a ocupação americana em solo afegão, que apenas fragilizou expectativas democráticas no país. A resistência, hoje, vem da população.
Conflito e Diálogo
A coluna Conflito e Diálogo, com a professora Marília Fiorillo, vai ao ar quinzenalmente sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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