Recentemente, a imprensa noticiou movimentações dentro do Senado para uma possível proposta de reeleição dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (Democratas), e do Senado, Davi Alcolumbre (Democratas). Atualmente, esses cargos seguem a regra do mandato único e a mudança disso poderia significar um risco à democracia. “Nós temos que fortalecer as instituições no sentido de preservar as regras estabelecidas e, sobretudo, preservar a ideia da disputa e da renovação de forças que estejam à frente tanto da Câmara quanto do Senado”, afirma o professor André Singer.
O colunista explica que uma das justificativas para a reeleição de Maia e Alcolumbre seria que, se ambos continuassem com seus cargos de comando, haveria uma barreira contra a eleição de deputados e senadores mais alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Apesar disso, Singer ressalta o comportamento ambíguo dos presidentes das casas ao longo do atual mandato de Bolsonaro: “Na primeira metade desse período, eles mantiveram uma certa independência, mas, depois que o presidente Bolsonaro fez uma aliança com o centrão e modificou a correlação de forças dentro do Congresso, sobretudo dentro da Câmara, notou-se uma mudança de postura dos atuais presidentes da Câmara e do Senado no sentido de uma maior composição com o governo federal”.
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Poder e Contrapoder
A coluna Poder e Contrapoder, com o professor André Singer, no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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