“Cada vez mais os jogos estão na nossa vida, só que agora game virou sinônimo de política”, afirma Gilson Schwartz, remetendo a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que há algum tempo atribuiu aos games o poder de estimular o comportamento violento em crianças e jovens. Recentemente, contudo, a própria Associação Brasileira da Indústria de Games se posicionou contra uma movimentação no Congresso, a qual propunha criar um Marco Legal para o setor. A Abragames repudiou e se posicionou oficialmente contra esse projeto de lei.
Gilson Schwartz nota, porém, que o Marco Legal faz a defesa do interesse dos chamados fantasy games e não de todos os tipos de jogos que estão no mercado. “O que são esses fantasy games e esportes, isso vai cruzar com outro tema que está vindo à tona, que são essas bets, essas empresas de apostas. Em suma, jogos de azar no lugar do jogo do bicho, no lugar daquelas maquininhas que frequentavam os botecos em todas as periferias, agora há um segmento crescente de apostas, um projeto de lei que deveria definir diretrizes para toda uma indústria, com mais de mil estúdios de desenvolvimento de games no País, acaba atendendo o interesse de uma minoria.”
Seja como for, na esteira de toda essa discussão sobre o Marco Legal e o posicionamento da Abragames, aconteceram dois eventos para o setor de games: o Brazil International Games Festival, ou Big Festival, hoje o mais importante do setor por atender tanto aos interesse dos consumidores quanto das empresas; e o 1º Encontro Progresso dos Games no Brasil, que lançou a Rede Progressista de Games, RPG, reunindo gente interessada em discutir políticas públicas para o setor de games no Brasil e elaborando uma cartilha que ficou conhecida como a cartilha Lula Play.
“O lançamento dessa rede progressista de games é uma reconfiguração do movimento que fazia essas demandas e que também se posicionou contra esse projeto de lei que previa a criação de um Marco Legal. O setor de games avança no Brasil, resta saber se nós vamos ter, de fato, uma política de desenvolvimento para o setor.”