“A eleição para a escolha do presidente norte-americano é sempre muito importante. Trata-se daquela que ainda é a maior economia do planeta, e o novo presidente, ou o presidente que for reeleito, irá comandar a maior força militar do planeta, sem falar na indiscutível influência dos Estados Unidos na comunidade internacional.” Assim o professor Pedro Dallari dá início à sua coluna desta semana, na qual fala sobre as eleições presidenciais norte-americanas, previstas para o dia 3 de novembro. Para ele, a eleição deste ano se reveste de especial importância, justamente pelo contexto internacional. “Há claramente projetos antagônicos sobre o posicionamento que os Estados Unidos devem ter no contexto das relações internacionais.”
Depois de discorrer brevemente sobre as diferenças entre os candidatos Joe Biden, do Partido Democrata, e Donald Trump, do Partido Republicano, Dallari argumenta que as posições antagônicas que defendem já se fizeram sentir na escolha – imposta pelo governo Trump – de um norte-americano para a presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), “revertendo-se uma tradição de 60 anos em que o presidente do BID sempre foi um latino-americano. Os Estados Unidos fizeram prevalecer o peso econômico, revertendo essa tradição, em uma conduta que justamente opôs os democratas de Joe Biden e os republicanos de Trump”.
Dallari considera que a escolha de Maurício Claver-Carone como presidente do BID foi uma antecipação das duas visões antagônicas que estarão em disputa nas eleições do dia 3 de novembro. “Trata-se de um pleito que terá muita importância para a identificação da forma como se conduzirá o quadro de governança internacional a partir deste contexto da pandemia da covid-19.”
Globalização e Cidadania
A coluna Globalização e Cidadania, com o professor Pedro Dallari, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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