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Na coluna Horizontes do Jornalismo desta semana, o professor Carlos Eduardo Lins da Silva comenta sobre o apoio, pela primeira vez em seus 175 anos de história, da revista Scientific American a um candidato à Presidência dos Estados Unidos, no caso o democrata Joe Biden. Lins da Silva diz que nunca nenhuma outra revista dedicada à divulgação científica fez a mesma coisa. “É um importante fato simbólico, mas não acredito que vá ter grande repercussão no final da eleição americana”, afirma. 

É comum, na mídia americana, que jornais e veículos de comunicação tomem lado e apoiem declaradamente determinado candidato. Isso, segundo o colunista, costumava fazer diferença na eleição, tanto que era uma decisão bastante disputada pelos candidatos. “Pesquisas recentes demonstram que continuam tendo efeito para eleições locais, mas nem tanto para as nacionais, como ficou comprovado em 2016”, aponta o professor, referindo-se às eleições presidenciais de 2016, quando pouquíssimos jornais apoiaram o então candidato Donald Trump, que acabou se elegendo. 

“Quase todos apoiaram Hillary Clinton, inclusive muitos jornais que nunca haviam apoiado um candidato democrata. Por isso, existe, agora, um desconforto em relação a esses apoios a candidatos à Presidência por causa, inclusive, desse fato.” Para Lins da Silva, é importante, em nome da transparência, que os donos dos veículos digam a seu público quem eles apoiam. “No Brasil, essa tradição não existe. Nos EUA é muito comum para todos os cargos, mas isso tem mudado. No entanto, acredito ser uma prática enraizada na imprensa americana, e creio que assim continue, como já se vê”, aponta o colunista, referindo-se ao apoio do Los Angeles Times ao candidato Joe Biden, a primeira manifestação de um grande veículo jornalístico. 

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