O biólogo Michel Anderson Colmanetti desenvolveu em sua pesquisa de doutorado uma equação capaz de quantificar com maior precisão o estoque de CO2 numa floresta tropical. Ele foi o entrevistado nesta edição do podcast Os Novos Cientistas e descreveu como foi o desenvolvimento de sua técnica, que foi baseada em modelos já existentes.
O potencial efeito do CO2 nas mudanças climáticas tem despertado o interesse da comunidade científica para quantificação do gás nos ecossistemas. Nesse contexto, as florestas desempenham um importante papel, pois assimilam grandes quantidades de carbono pelo processo da fotossíntese, que passa a ser estocado na sua biomassa. Dessa forma, a biomassa das florestas tropicais ganha importância como reservatório de carbono.
No Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada, Colmanetti desenvolveu sua proposta, que é adequada a florestas tropicais que possuem espécies diversas. E foi a partir de duas técnicas conhecidas que ele desenvolveu uma equação mais precisa na quantificação do carbono. Uma delas é a chamada Técnica Não Destrutiva. De acordo com o biólogo, nesta modalidade as florestas são tratadas como se fossem “homogêneas”. O outro método avaliado por Colmanetti foi o Método Destrutivo.
O trabalho de campo de Colmanetti foi realizado entre os anos de 2013 e 2014, numa região de Mata Atlântica do trecho norte do Rodoanel de São Paulo, onde já estava previsto o desmatamento. Após o desenvolvimento das equações, o pesquisador calculou o carbono do Parque Estadual da Cantareira e verificou algo em torno de 1,5 milhão de toneladas de carbono, usando os métodos tradicionais. “Usando nossa equação, estimamos que chegou, no máximo, a 1 milhão de toneladas de gás carbônico”, afirma, lembrando que mesmo sendo uma “estimativa”, ficou mais próximo da realidade.
O podcast Os Novos Cientistas vai ao ar toda quinta-feira, às 8 horas, dentro do Jornal da USP no Ar, que é apresentado diariamente pela jornalista Roxane Ré (das 7h30 às 9h30) na Rádio USP FM (93,7 MHz).
Ouça a íntegra do podcast.