Automação de processos em saneamento ambiental tem a vantagem de reduzir custos para o consumidor

Uma outra vantagem, apontada pelo professor Cícero Couto de Moraes, é minimizar os erros na prestação de serviços

 28/08/2023 - Publicado há 8 meses

 

A automação de processos, que integra a tecnologia e rotina das empresas, já acontece há algum tempo – Foto: Domínio público via Wikimedia Commons
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Em evento recente, fruto da parceria entre a Escola Politécnica da USP e a Sabesp, especialistas discutiram a automação de processos em saneamento ambiental. Alguns dos temas analisados no encontro trataram sobre conectividade, gestão de ativos e transformação digital. 

Cícero Couto de Moraes, professor do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétrica da Poli e coordenador do convênio Poli/Sabesp, explica como essa automação apresenta impactos positivos na prestação de serviços que atingem a infraestrutura de grandes centros urbanos. 

Evento

Um dos temas abordados no evento foi o sensoriamento, que é uma parte delicada da automação. De acordo com Moraes, esse processo requer fidelidade nos dados que são aquisitados, tanto para as estações de tratamento de água e esgoto quanto para a área de distribuição e mananciais. 

Outro tema abordado diz respeito à gestão de ativos e como realizá-la de maneira eficaz, a partir da previsão da saúde dos equipamentos, para minimizar possíveis intervenções corretivas. Por fim, outro assunto relevante discutido foi a transformação digital e como esses dados podem ser trabalhados de maneira prática e efetiva. 

A automação de processos, que integra a tecnologia e rotina das empresas, já acontece há algum tempo, e na Sabesp não é diferente. “Tudo começou em 1996, com as estações em Registro – Tapiraí, e isso vem se desenvolvendo de uma maneira intensa, justamente pelo fato de a Sabesp ser a maior empresa de saneamento”, discorre o coordenador do projeto. 

Atualmente, através de um alinhamento entre as unidades regionais e metropolitana, é possível que haja uma integração entre a automação e a tecnologia, fator que envolve uma cadeia de profissionais e sistemas.

Impactos 

Cicero Couto de Moraes – Foto: Reprodução/Isasp

O processo de automação tem como objetivos minimizar erros na prestação de serviços e a redução de custo para o consumidor final. De acordo com o professor, na parte de redução de custos de saneamento, existem três principais aspectos afetados pela automação. O primeiro é na área de energia. “Você pode otimizar todo o consumo energético, tanto nas estações elevatórias como nas estações de água e de esgoto. Então, existe a chance de ter uma bela redução de custos “, explica. Já na área de matéria-prima, segundo aspecto apontado, existe uma otimização desse material. Aqui, são englobados insumos necessários para o tratamento de estações de água e esgoto. Por fim, o terceiro aspecto apresentado é na área de mão de obra, em que uma diminuição significativa é realizada para o melhor aproveitamento do contingente humano e dos operadores e técnicos. 

Com relação à disponibilidade para o consumidor, todo esse conjunto de mudanças deve gerar maior confiabilidade da operação, já que o estado de saúde de todo processo é acompanhado. “Se você tem um um problema, ou tem a iminência de ter um sistema com ruptura na área de distribuição, isso pode ser significativamente diminuído se você tem um atendimento mais ágil na prestação de serviço”, discorre Moraes.

Próximos passos

 O professor também detalha que as próximas etapas estão voltadas para a integração das áreas de automação e de tecnologia da informação. A preocupação, ainda, é com a contratação de prestadores de serviço que se preocupem com a parte operacional do equipamento nas estações de tratamento de água. Os profissionais passam esses dados para a companhia, que pode manipular, analisar e devolver os diagnósticos de uma forma eficaz através de um controle mais rigoroso, o que “gera um tratamento ao consumidor com muito melhor qualidade” , pontua Moraes.

Por fim, a gestão de ativos foi outro ponto de observação apontado pelo professor. “Em uma empresa como a Sabesp, existe uma quantidade de ativos muito grande – como geradores, máquinas e bombas, por exemplo –, e por isso é importante fazer um acompanhamento desses equipamentos. As falhas repercutem na eficiência operacional de toda a estação e de todos os processos de tratamento do ciclo da água”, discorre.


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