Treinamento físico normaliza moléculas microRNAs alteradas na insuficiência cardíaca

Na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, pesquisadores identificam possível alvo terapêutico para tratar a doença a partir de experimentos com animais

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 13/07/2023 - Publicado há 10 meses
Novos Cientistas - USP
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Treinamento físico normaliza moléculas microRNAs alteradas na insuficiência cardíaca
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Na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, testes realizados em animais de laboratório possibilitaram a identificação de microRNAs alterados pela insuficiência cardíaca e que tiveram sua expressão normalizada por meio do treinamento físico. Um deles, o microRNA-205, é diretamente responsável pelo metabolismo do músculo esquelético afetado pela doença. “Os microRNAs são moléculas com função regulatória fundamental para o metabolismo do corpo humano”, descreveu Bruno Rocha de Avila Pelozin. Ele é autor do estudo e foi o entrevistado desta quinta-feira (13) no podcast Os Novos Cientistas.

Sob a orientação do professor Tiago Fernandes, Bruno Pelozin apresentou no Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular do Exercício da Escola seu estudo de mestrado intitulado Efeito do treinamento físico aeróbio na miopatia muscular esquelética induzida pela insuficiência cardíaca: participação dos microRNA’s no perfil de fibras. De acordo com o autor do estudo, a descoberta é um passo inicial para o desenvolvimento de medicamentos para insuficiência cardíaca que tenham os microRNAs como alvos terapêuticos. “Nosso trabalho contribui com mais uma peça para o grande quebra-cabeça que é a busca por ferramentas e tratamentos para as doenças cardiovasculares”, afirmou Bruno. “Também demonstramos uma regulação das alterações musculoesqueléticas por meio do microRNA-205. Por fim, mostramos o efeito dos treinamentos nesses mecanismos e alterações”, afirmou.

Ele contou ainda que o estudo realizou um mapeamento dos microRNAs expressos em ratos com insuficiência cardíaca. Os animais foram divididos em dois grupos, os que se mantiveram sedentários e os que realizaram uma rotina de exercício físico aeróbio durante dez semanas. As análises demonstraram um padrão de expressão completamente diferente entre os animais doentes e aqueles que realizaram o treinamento. Dentre os microRNAs analisados pela varredura, 15 tiveram a sua expressão alterada pela doença e restabelecida pelo exercício físico, e um deles, o microRNA-205, foi responsável por controlar as características estruturais e o metabolismo do músculo esquelético.

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