O Brasil é visto pelos estrangeiros como um país de diversidade, alegre, com reunião de pessoas, de festa, por causa do futebol e do Carnaval e onde as pessoas vivem bem. Mas o professor José Luiz Portella, no podcast Sociedade em Foco, alerta para os problemas de violência extrema que acometem o País e demonstram sua verdadeira realidade. “O Brasil é um campeão mundial de crimes fúteis no bar e no lar […], discussão pelo próprio futebol, a violência doméstica. E tem, em outras manifestações, muita violência.”
“Isso é importante porque, quando as políticas públicas são feitas, têm que levar em conta o Brasil ou o ser humano como ele é e não como ele deveria ser ou como se projeta”, completa o professor. Ou seja, descartar a ideia que os estrangeiros têm dos brasileiros para a criação de medidas e sim considerar a realidade daqui.
Portella destaca que, na construção histórica do Brasil, diferentemente dos ingleses, quando colonizaram os Estados Unidos, não houve o pensamento de se criar um projeto de nação. Foi uma construção predatória, “de usar a terra intensivamente, sabendo que tem muita, não cuidar, de não ter um projeto de nação. Eu acho que isso é a coisa mais importante para verificarmos o ponto de vista de ter um projeto de país”, afirma.
O professor ressalta que a imagem de “homem cordial”, do ponto de vista do temperamento e da forma relacional, também ajudou na construção de um país complicado. “Nós estamos vendo uma radicalização de posições, como isso afeta nas políticas públicas. […] Elas são todas muito efêmeras, fugazes. Querem resolver as coisas sempre com uma canetada e depois não há um acompanhamento, uma medição do impacto das políticas públicas como alguém que quer de fato construir um novo país.”
Momento Sociedade
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