Saúde Sem Complicações #88: Apesar de ser popularmente conhecida, a labirintite é uma doença rara

O termo labirintite é empregado de forma incorreta para designar diferentes doenças e disfunções do labirinto, as labirintopatias

 10/03/2022 - Publicado há 2 anos
Jornal da USP
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Saúde Sem Complicações #88: Apesar de ser popularmente conhecida, a labirintite é uma doença rara
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O podcast Saúde Sem Complicações desta semana recebe Camila Giacomo de Carneiro Barros, professora da Faculdade de Medicina de  Ribeirão Preto (FMRP) da USP. A professora fala sobre a labirintite, doença rara que tem seu nome empregado incorretamente para qualquer distúrbio que atinge a região do ouvido interno. Nesta edição, Camila conta o que é labirintite, quais suas causas e prevenção.

O que é a labirintite?

A labirintite é um termo popularmente utilizado para se referir aos transtornos que acometem a região do labirinto, estrutura que faz parte do ouvido interno, constituída pela cóclea – também conhecido como caracol , responsável pela audição, pelo sistema vestibular e também pelo equilíbrio. Contudo, diz a professora Camila, o termo está incorreto, pois a labirintite ocorre apenas quando há a infecção do labirinto. Demais problemas e disfunções nessa região são chamados de labirintopatias.

Camila afirma que a inflamação no labirinto é bastante rara, mas por causar sintomas semelhantes a de outras doenças dessa região é comum haver confusão. Quando o labirinto está inflamado, a pessoa vai sofrer com vertigens, que pode ser acompanhada de náusea, vômito, pressão ou zumbido no ouvido. Isso ocorre porque o labirinto manda informações equivocadas ao cérebro, entendendo que o corpo está em movimento.

Causas da doença

Há diversos fatores que podem desencadear a labirintite, mas as causas mais comuns são as infecções virais ou bacterianas, como a gripe e o resfriado. Estresse, tumores, diabetes e hipertensão também podem contribuir para o aparecimento da doença. 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da labirintite é confirmado através da avaliação dos sintomas e do histórico de saúde feito, normalmente, por um otorrinolaringologista, além de exame físico e no ouvido para descartar doenças que causam sintomas parecidos.

Ao confirmar o diagnóstico, o paciente deve iniciar o tratamento que, em geral, envolve remédios que reduzem a estimulação do labirinto, a tontura e a náusea. Além do uso de medicamentos, é possível recorrer a exercícios de reabilitação do labirinto, que ajuda a controlar a vertigem. 

Já nos casos em que a labirintite foi desencadeada por problemas crônicos, como, por exemplo, a diabetes e a hipertensão, é necessário tratar a causa inicial da doença. 

Se o tratamento for feito corretamente, a labirintite pode ser curada. Porém, nos casos em que há perda de audição, na maioria das vezes não é possível recuperá-la, ou seja, a capacidade de ouvir fica prejudicada, principalmente quando o tratamento demora para começar.

Prevenção

Adotar um estilo de vida mais saudável é fundamental para prevenir as crises de labirintite. Praticar atividades físicas, manter uma alimentação equilibrada, evitar ingerir bebidas alcoólicas, café, chá preto e chocolate, além de deixar de fumar, são práticas importantes para evitar os sintomas.

Os ouvintes podem enviar sugestões de temas e comentários para o e-mail: ouvinte@usp.br


Saúde sem complicações

Produção e Apresentação: Mel Vieira
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão Preto
Edição: Rita Stella
Coordenação: Rosemeire Talamone
E-mail: ouvinte@usp.br
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS
 

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