Revoredo #71: Grandes nomes da viola caipira inspiram gerações de músicos

Índio Cachoeira, Tião Carreiro, Marcus Biancardini e Nestor da Viola iniciaram a carreira artística ainda jovens

 26/01/2023 - Publicado há 1 ano     Atualizado: 01/02/2023 as 14:35
Revoredo - USP
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Revoredo #71: Grandes nomes da viola caipira inspiram gerações de músicos
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Revoredo desta semana apresenta os violeiros Índio Cachoeira, Tião Carreiro, Marcus Biancardini e Nestor da Viola. Índio Cachoeira, pseudônimo de José Pereira de Souza, nasceu em Junqueirópolis, em São Paulo, e teve o primeiro contato com a viola ouvindo um velho violeiro da região. Começou na vida profissional aos 17 anos tocando nas rádios locais, quando adotou o nome artístico Índio Cachoeira. O músico formou dupla com Tião do Gado da dupla Carreiro e Carreirinho e, em 1995, tornou-se o Pajé da dupla Cacique e Pajé.

José Dias Nunes, mais conhecido como Tião Carreiro, nascido em Monte Azul, em Minas Gerais, foi um consagrado cantor e instrumentista brasileiro que influencia gerações até hoje. Desde os 8 anos de idade seus dotes de músico já eram notados, quando dedilhava no cabo da enxada e tentava tirar notas de um elástico pregado em uma madeira. Autodidata, nunca foi à escola, mas tinha o sonho de ler e escrever e, folheando jornais velhos, juntando letras e frases, se alfabetizou. Da mesma forma, aprendeu a tocar viola, observando e juntando acordes e notas.

A carreira de sucesso do violeiro resultou em 25 discos com Pardinho e Carreirinho, mais de 50 LPs com variados parceiros, dois LPs em solos de viola caipira e mais de 300 composições com importantes nomes da música sertaneja, como Teddy Viera, Dino Franco, Moacyr dos Santos, Zé Carreiro, Zé Fortuna, Carreirinho e Lourival dos Santos. Tião Carreiro foi também um dos grandes responsáveis pela popularização da música sertaneja, inserindo o gênero musical em teatros, rodeios, exposições e no horário nobre da televisão.

Biancardini, nascido em Goiânia, teve os primeiros contatos com a viola nas fazendas da família, no interior de Goiás, onde seu pai levava violeiros para tocar em festas familiares. nesta época, tinha pouco mais de sete anos de idade e, a partir desse momento, a sua alma de violeiro começava a se aflorar e, mais tarde por volta dos 15 anos, manifestou o desejo de aprender aquele instrumento que escutar a durante toda a sua infância. Quando ganhou a primeira viola, começou os incansáveis estudos das obras dos grandes violeiros da época. Com o passar do tempo foi mergulhando também em busca de conhecimentos em outros universos musicais.

Nestor da Viola, nome artístico de Antônio Francisco, nascido em Birigui, no interior de São Paulo, começou a atuar artisticamente na Rádio Clube de Birigui, apresentando-se com o irmão Arlindo Francisco. A dupla recebeu o nome artístico de Tunico e Arlindo. Em 1960, a dupla se desfez, mas retornou em 1967 com um novo nome: Nestor e Nestorzinho. Além do trabalho com a dupla, Nestor assumiu o nome artístico de Nestor da Viola e passou a apresentar trabalhos de viola caipira instrumental.

Neste episódio, são apresentadas as músicas: Remelexo; Alvorada sertaneja; Eu e a viola; O castelhano; Divina/A grande cilada/Cerne de aroeira; Piracicaba; Boi amarelinho; Mineiro de Monte Belo; Azulão do reino encantado; Gercina/Mourão Da Porteira/Boiadeiro Errante; Agreste; Andaluzia; Guerreira; Polca caipira; Regresso; Boiadeiro errante; Rainha do Paraná; Lembrança; Mulato e Rei do café.

Ficha Técnica: Produção e apresentação: Maestro José Gustavo Julião de Camargo Coprodução e edição: Rádio USP Ribeirão Preto

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