O Momento Odontologia desta semana fala sobre retração gengival instalada, sugestão do ouvinte Henrique Tutini, da cidade de Catanduva, interior do Estado de São Paulo. O convidado para esclarecer as dúvidas do ouvinte é o professor João Cesar Neto, da Faculdade de Odontologia da USP, capital. Cesar Neto explica que retração gengival é quando acontece um deslocamento da margem da gengiva para a direção contrária à coroa do dente.
O professor alerta que, muitas vezes, no caso de retração o dentista consegue perceber pequenas mudanças apicais da margem gengival, o que nem sempre é perceptível ao paciente, que só começa a perceber quando tem um degrau entre a coroa e a gengiva ou quando começa a sentir sensibilidade ao frio e ao calor, ou seja, quando o problema já está instalado.
Sobre as causas da retração gengival, Cesar Neto diz que as mais comuns são: trauma mecânico, por escovação ou escova inadequadas e, ainda, hábitos de morder palitos, por exemplo. Uma higienização bucal ruim também pode levar à inflamação da parte periodontal, o que pode ocasionar uma reabsorção óssea e, por consequência, a retração gengival. Atualmente, diz o professor, uma das queixas de quem tem retração gengival é a estética, pois os dentes se tornam mais alongados, e, ainda, de sensibilidade, tanto quando toma algo gelado como ao escovar os dentes.
O tratamento para retração gengival, segundo Cesar Neto, depende do tamanho do problema. Quando as lesões são pequenas, em estágios iniciais, o dentista busca saber a causa e orientar o paciente sobre a melhor forma de escovar os dentes e que tipo de escova utilizar, geralmente as extramacias. Já quando a retração é maior, o profissional observa se há perda de mineral e, nesse caso, trabalha com materiais restauradores. “Como a tendência da retração é aumentar, algumas vezes é necessário fazer tratamento cirúrgico para recriar o tecido em volta do dente.”
O professor afirma que a melhor maneira de se prevenir retração é ter uma higienização com técnicas e escova adequadas. “Com uma retração gengival instalada pode-se utilizar uma técnica chamada Stillmam, que varre da gengiva em direção ao dente.” Para quem não tem retração, o professor indica a técnica chamada Bass, que consiste em segurar a escova com as pontas dos dedos em movimentos suaves e vibratórios.
Cesar Neto lembra que, atualmente, com a longevidade cada vez maior é comum o aumento dos casos de retração gengival, por isso é muito importante a proteção das estruturas de suporte dos dentes e também as estruturas minerais, para que num momento mais avançado da vida elas tenham boa resistência.
Ouça no player acima a entrevista completa do professor João Cesar Neto sobre retração gengival.
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