O podcast Ambiente é o Meio desta semana conversa com o empresário e produtor cultural Paulinho Rosa. Apresentador do podcast Vira e Mexe da Rádio USP, que difunde a história do forró e ritmos afins – baião, arrasta-pé, xote e xaxado -, assim como as grandes personalidades do gênero musical como Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Jackson do Pandeiro, Rosa fala sobre as agressões ao meio ambiente relatadas no forró e na cultura nordestina.
Durante a conversa, Rosa relembra um episódio do podcast em que apresentou forrós abordando a questão ambiental e relaciona o gênero musical com a contemporaneidade e os assuntos que estão em pauta no Brasil e no mundo. “Naquele momento, tinha acabado de sair um relatório da ONU sobre a questão climática e os perigos que estamos enfrentando de maneira muito séria”, afirma o produtor, dizendo ser difícil ficar alheio ao tema. Diante desse cenário, “a gente tinha que fazer os forrozeiros mostrarem também que estamos preocupados com o meio ambiente, que é uma coisa muito séria na nossa vida, assim como a cultura”, diz Rosa.
Para tratar o assunto, diz ser importante mostrar que “essa história vem de muito tempo atrás” e que existem várias músicas que mostram a recorrência do tema “desde a década de 1940 até músicas mais recentes”. E cita Sobradinho, de Sá e Guarabyra; Matança, de Xangai; Xote Ecológico e Asa Branca, de Luiz Gonzaga, como exemplos de músicas que abordam questões ambientais.
Segundo o apresentador do Vira e Mexe, o episódio lembrado quis retratar a agressão ambiental conforme as letras das músicas do gênero musical e a cultura nordestina. Diz que tanto as músicas quanto a cultura nordestina merecem mais espaço e que o forró é pouco tocado nas rádios do País. Mas, afirma, “a cultura nordestina vai sobreviver sempre”, porque, juntamente com o samba, são os “grandes alicerces da cultura brasileira”, dando origem a outros ritmos musicais.
Ambiente é o Meio