“Vim conhecer o que me parece o projeto mais avançado na área de transformação ecológica do Brasil”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve na USP para conhecer as pesquisas desenvolvidas pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa da Escola Politécnica

 23/09/2023 - Publicado há 7 meses     Atualizado: 29/09/2023 as 19:25
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O ministro (de camisa vermelha) conheceu o veículo Mirai, cedido pela Toyota Brasil para testar a performance do hidrogênio – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve hoje, dia 23 de setembro, no campus da USP em São Paulo, onde conheceu as pesquisas desenvolvidas pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Escola Politécnica (Poli).

Haddad, que é professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), foi recebido pelo reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior; pelo diretor-geral do RCGI, Julio Meneghini; pelo secretário Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan, além de outros dirigentes da Universidade.

O RCGI (Research Centre for Greenhouse Gas Inovation, na sigla em inglês) é um centro de pesquisa em engenharia que desenvolve pesquisas voltadas para o uso sustentável de gás natural, biogás, hidrogênio, gestão, transporte, armazenamento e uso de CO2.

O Centro, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e as empresas Shell Brasil, Raízen, Hytron, Senai Cetiqt e Toyota, produzirá hidrogênio renovável a partir do etanol. Em agosto, o RCGI anunciou a primeira estação experimental de abastecimento, que será instalada na Cidade Universitária. A planta-piloto ocupará uma área de 425 metros quadrados e terá capacidade de produzir 4,5 quilos de hidrogênio por hora, quantidade suficiente para abastecer até três ônibus e um veículo leve. A previsão é de que a estação experimental esteja operando no segundo semestre de 2024.

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A iniciativa surge como uma solução de baixo carbono para o transporte pesado, incluindo caminhões e ônibus. Os veículos deixarão de utilizar diesel e os tradicionais motores a combustão interna para começar a usar hidrogênio produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível (fuell cell).

O hidrogênio produzido na estação vai abastecer os ônibus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), que circularão exclusivamente dentro da Cidade Universitária, e também um veículo Mirai, cedido pela Toyota Brasil para testar a performance do hidrogênio.

Fernando Haddad (à esquerda) e o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

“Eu vim conhecer o que me parece o projeto mais avançado na área de transformação ecológica do Brasil. A USP está liderando, com parcerias público-privadas e com órgãos públicos, uma pesquisa de ponta que é a transformação do etanol em hidrogênio que vai permitir acabar com a poluição em veículos motorizados. Eu vim assumir o compromissos com a Universidade e levar a proposta à consideração dos órgaõs federais e vou defender, com muito entusiasmo, que esse projeto seja apoiado”, destacou Haddad.

Segundo o ministro, o Plano de Transformação Ecológica do Brasil é uma prioridade do Governo Federal e que esta transição pode ser um motor para a economia. O Plano, lançado em agosto, tem por objetivo proporcionar mudanças estruturantes na economia e no meio ambiente brasileiros.

“Nosso objetivo com essa visita foi mostrar ao ministro que temos condições de sediar um projeto de grande porte como esse, não só na área de combustíveis renováveis como também em áreas como a agricultura. Essas propostas tem total apoio não só da USP, mas de outras universidades parceiras para pesquisas que podem alavancar o desenvolvimento do país”, afirmou o reitor da USP.

Carlotti também ressaltou a importância desse modelo de financiamento que concentra os recursos em alguns grandes centros para otimizar os resultados.

O ministro também deve visitar, em breve, o Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical (Ccarbon) da USP, que pretende desenvolver soluções e estratégias inovadoras em agricultura tropical sustentável, baseada em carbono, para mitigar as mudanças climáticas e melhorar os padrões e condições de vida. O Ccarbon está sediado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e é coordenado por Carlos Eduardo Cerri.


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