Especialistas discutem o impacto da privação linguística na comunicação de pessoas surdas

Evento realizado na USP apresenta pesquisas recentemente publicadas sobre o acesso de pessoas deficientes auditivas à Lingua Brasileira de Sinais e a atividades comunicativas no contexto escolar

 17/08/2023 - Publicado há 9 meses
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Decreto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, legitima a inclusão de Libras como disciplina curricular nos cursos de licenciatura, pedagogia e fonoaudiologia- Foto: Freepik

A Faculdade de Educação (FE) recebe o evento Surdez e privação linguística: o que as pesquisas nos dizem. No dia 21 de agosto, das 14h30 às 17 horas, no Auditório da FE, pesquisadoras vão apresentar estudos recentes sobre o tema, além de  debater o ensino e acesso à Língua Brasileira de Sinais (Libras) e seu impacto no desenvolvimento comunicacional de pessoas surdas. O encontro contará com tradução simultânea em Libras. Para participar, basta se inscrever pelo formulário

O evento terá como palestrantes as pesquisadoras Maria Josep Jarque, da Universidade de Barcelona (UB), e Cristina Broglia Feitosa de Lacerda, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que irão mostrar trabalhos acadêmicos que elas vêm produzindo na área de privação linguística. As pesquisas Línguas de Sinais como Línguas de Interlocução: o Lugar das Atividades Comunicativas no Contexto Escolar e Desenvolvimento e avaliação da competência comunicativa na formação inicial de professores são exemplos de produções recentemente publicadas com a coparticipação das pesquisadoras.

Ao Jornal da USP, Ana Paula Zerbato, professora da FE com experiência em Educação Especial na educação básica, práticas de inclusão escolar e educação de surdos, comenta sobre a privação linguística nos ambientes escolares. “As crianças surdas, muitas vezes, não possuem acesso à língua de sinais desde muito pequenas e, na corrida do desenvolvimento linguístico, elas acabam ficando para trás”, lamenta ela. “Isso ocorre por falta de informação, somada à dificuldade de encontrar serviços que orientem as famílias em relação à importância do aprendizado e do acesso à língua de sinais desde a infância dessas crianças”, complementa Ana Paula.

Ana Paula Zerbato - Foto: Lattes

Ana Paula Zerbato – Foto: Lattes

A docente ressalta a existência do decreto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 que legitima a inclusão de Libras como disciplina curricular nos cursos de licenciatura, pedagogia e fonoaudiologia, mas questiona a expansão do decreto para outras áreas do conhecimento. “É importante que o ensino dessa língua esteja em outros cursos, como na medicina ou no direito. As pessoas surdas vão precisar de serviços que estejam além da educação. Mas isso exige uma discussão de currículo para inserir a Libras e dar as condições para que ela seja ofertada”, afirma Ana Paula.

Serviço:

Surdez e privação linguística: o que as pesquisas nos dizem

Dia 21 de agosto

Das 14h30 às 17 horas

No auditório da FE, situado na Av. da Universidade, 308

Mais informações: comunic.fe@usp.br / 3091 3203

*Sob supervisão de Antonio Carlos Quinto


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.


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