A história do centenário edifício do Museu Paulista da USP – localizado no bairro do Ipiranga, em São Paulo – é contada na exposição Território, Edifício, Museu: Trajetórias do Museu Paulista e seu Edifício-Monumento, em cartaz na Escola Politécnica da USP até 21 de dezembro.
Ao todo, são 15 painéis que contam a trajetória do Museu Paulista, também conhecido como Museu do Ipiranga, atualmente fechado para reformas e restaurações. A curadoria da exposição é da professora Solange Ferraz de Lima, docente da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e diretora do Museu Paulista, e do professor Jorge Pimentel Cintra, da Escola Politécnica e do Museu Paulista.
A ideia de ter uma exposição com fotografias históricas surgiu em razão da necessidade de divulgar o projeto de reforma que ocorrerá nos próximos anos no local, além de apresentar a importância do museu para o bairro do Ipiranga e para a cidade de São Paulo, segundo o curador Jorge Cintra. De acordo com ele, a exposição foi uma das soluções encontradas pelo museu para informar o público acerca da história do edifício-monumento e sua reforma, reiterando a magnitude que o prédio representa.
Os 15 painéis expostos possuem diversas fotografias. São imagens da época da construção, em 1885, de quando o edifício passou a ser o Museu Paulista, dez anos depois, e das décadas seguintes (de 20, 30 e 40) até os dias atuais. Além das fotos, o público encontra mapas que mostram toda a transformação que o entorno da construção sofreu, após a conclusão das obras.
Cintra destaca a influência que o edifício do Museu Paulista exerceu sobre o bairro do Ipiranga desde a sua construção. “No início, por volta de 1890, o museu está fora da cidade a mais de uma légua, depois da última casinha, lá pelos lados da Rua da Glória. Aos poucos, o próprio museu vai induzindo à ocupação do bairro. A ocupação se mostrou nos mapas e nas fotografias, que são a história daquele lugar.”
Para o professor, a exposição mostra a importância do prédio hoje e como ele foi importante no passado. Cintra acrescenta que outro objetivo da mostra é contribuir para fazer com que o museu continue sendo importante no futuro. Há uma sessão dedicada exatamente a esse tema. “A segunda parte da exposição é o próprio edifício no tempo, a sua construção e manutenção e as importantes atividades que se realizam no entorno do museu, terminando com as plantas do projeto de reforma vencedor.” .
.A reforma
Na exposição, é possível ver detalhes do projeto de reforma do edifício-monumento. O museu encontra-se fechado desde 2013 para essas obras de reforma, que ainda não começaram. De acordo com Cintra, que também faz parte de um grupo de professores do Museu Paulista envolvido diretamente no projeto de reforma, isso se deve ao fato de que foi preciso fazer um levantamento de todos os problemas. “Tínhamos defeitos em cada coluna, cada metro quadrado, parede, assoalho, teto. Sabemos o que está bom, ruim e razoável. Logo, não é uma incógnita o que vamos encontrar lá. Foi uma tarefa muito demorada.”
Se tudo correr dentro do planejado, a reforma e a restauração serão entregues em 2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil. Ainda segundo o professor, o projeto está sendo elaborado com muitos detalhes, para que não ocorram surpresas na execução das obras, que deverão acontecer em três anos: 2019, 2020 e 2021.
A folga até 2022 se dá pelo bicentenário, já que essa será uma data de importante celebração e que merece seu devido preparo, acrescenta o professor. Cintra está otimista e espera o fim do período chuvoso que, em São Paulo, acontece historicamente até março. “Esperaremos as águas de março fecharem o verão para iniciar as obras.”
A exposição não é nova na USP. Ela esteve em exibição no saguão da Reitoria até a primeira quinzena deste mês de outubro.
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.Apelo
“Eu gostaria que todo brasileiro que visse a exposição se comovesse e passasse a nos ajudar a pensar em como conseguir recursos para fazer as obras”, afirma Cintra. Esse apelo serve para que mais empresas, pessoas e setores governamentais se sensibilizem na captação de recursos. Parte desses recursos já foi adquirida, após disponibilização feita, por exemplo, pela Petrobras e pela Sabesp. Mas ainda falta cerca de 80% do total ideal, calcula o professor.
A exposição Território, Edifício, Museu: Trajetórias do Museu Paulista e seu Edifício-Monumento fica em cartaz até 21 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas, no Edifício Mário Covas Júnior da Escola Politécnica da USP (Avenida Professor Luciano Gualberto, Travessa do Politécnico, número 380, Cidade Universitária, São Paulo). Entrada grátis.