O novo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, traz consigo uma nova forma diplomática: a de fazer política externa à direita na economia e nos bons costumes. Ele foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, ainda no ano passado, através do Twitter do presidente. Tendo recebido o título de embaixador em 2018, mesmo sem chefiar uma embaixada do Brasil no Exterior, Araújo possui um perfil diferente dos vistos até então. Em seu histórico, há defesa de Donald Trump, de princípios cristãos e do nacionalismo. Além da forte crítica daquilo que ele chama de “marxismo globalista”, o que poderia levar a um afastamento com outros países; contudo, o professor do IRI-USP (Instituto de Relações Internacionais), Amâncio Oliveira, pondera: “Os países são muito pragmáticos. É verdade que pode haver um desalinhamento ideológico em relação ao Brasil, mas para avançar a uma agenda de bloqueio e de restrição econômica é uma distância enorme. Os países são pragmáticos, precisam de comércio, e não é apenas a retórica que vai fazer e trazer um afastamento em relação ao Brasil”.
Segundo o professor do IRI, essa mudança brusca em relação à política exterior anterior vai nos permitir observar as consequências.