O preço elevado do dólar tem feito muita gente repensar seus planos de viajar ao Exterior. Não é para menos – este ano, o dólar chegou a valer R$ 3,55, o maior valor desde junho de 2016. Diversos fatores contribuem para essa ascensão da moeda norte-americana, como explica o professor Alex Luiz Ferreira, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP de Ribeirão Preto. Um desses fatores é a elevação dos juros domésticos, o que acaba por atrair dólar de fora para dentro do país. Mas também pode ocorrer o movimento inverso, que é quando os juros externos são suficientemente atraentes para impelir o capital nacional para fora do país.
Outras duas grandes variáveis a afetar o dólar, explica o professor Alex Ferreira, são o risco cambial e aquele associado à evolução fiscal, que tem a ver com o fato de o país poder honrar seus compromissos financeiros. Até mesmo as idas e vindas da política exercem sua influência sobre o dólar, pois mexem com a expectativa em relação à taxa de câmbio futuro. É que boa parte da formação de preços depende das expectativas em relação ao futuro, às condições macroeconômicas do país. O efeito pode ser benéfico, por exemplo, se a agenda de um candidato presidencial prever o desenvolvimento econômico e a estabilidade monetária.
A pressão altista sobre o dólar pode vir também de fatores como a normalização das condições monetárias nos países desenvolvidos. Ouça, no link acima, a íntegra da entrevista.