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Num resultado que surpreendeu os analistas políticos, 61,2% dos chilenos votantes rejeitaram o novo texto constitucional, elaborado há um ano pela Convenção Constitucional Paritária (77 mulheres e 77 homens). Foram mais de 13 milhões de votantes, numa eleição histórica. A professora e jornalista Ester Rizzi acompanhou o processo no Chile e atribuiu o grande número de eleitores à combinação de inscrição automática no sistema eleitoral e o voto obrigatório. (A multa pelo não comparecimento era de R$ 1 mil).

De acordo com a professora Ester, as últimas pesquisas apontavam um empate entre rejeição e aprovação da nova Constituição. Resta agora ao presidente do país, Gabriel Boric, conduzir politicamente um novo processo, uma vez que 78% dos chilenos deixaram claro, ainda em outubro de 2020, que queriam substituir a Constituição de 1980, elaborada por Augusto Pinochet, por uma nova. Ao que tudo indica, contudo, a Constituição que estava em pauta não era a que desejavam, o que significa que Boric deve tecer acordos para que um novo processo constituinte passe no Congresso, talvez com a eleição de uma nova Convenção Constitucional. Ester diz que o desafio ainda se torna maior pelo fato de o próprio presidente estar sofrendo rejeição em sua popularidade. No entanto, sua tarefa agora será começar do zero.