Virtualidade é pouco explorada pelos museus, diz Grossmann

Embora impactantes, programas de visitas virtuais a coleções remontam a experiências do passado, diz o professor

 24/05/2017 - Publicado há 7 anos

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O professor Martin Grossmann não concorda em dizer que recursos como o Google Arts & Culture – ferramenta que permite fazer visitas virtuais a museus de várias partes do mundo, como se se estivesse percorrendo seus corredores e salas – seja uma experiência “totalmente revolucionária” de virtualidade na museologia. Ele discutiu esse tema em sua coluna “Na Cultura o Centro Está em Toda Parte”, que foi ao ar pela Rádio USP (93,7 MHz) no dia 24 de maio.

Embora reconheça que programas que permitem visitas virtuais sejam “muito impactantes”, Grossmann ressalva que se trata da mesma experiência que se tem quando se visita o museu pessoalmente. “A virtualidade permite muito mais do que isso”, disse o professor.

Projetos como o Google Arts & Culture não fazem relação entre o museu e a cidade onde ele se encontra, por exemplo, aponta o professor. “Parece que esses museus são parte de um universo abstrato.” No caso do Museu de Arte de São Paulo (Masp), isso se torna mais evidente, já que a arquiteta Lina Bo Bardi, autora do projeto do museu, previu a interação entre o Masp e a cidade de São Paulo ao conceber janelas de vidro que davam vista, de um lado, para o Parque Trianon e sua vegetação exuberante e, de outro, para o centro da capital com sua “selva de pedra”.

Segundo Grossmann, o que provocaria, de fato, um grande impacto nos museus seria a criação de novos formatos de experiência de museus na virtualidade. Para o professor, o museu deve estar relacionado a um mundo “n” dimensional, sem as amarras de modos de experiência cultural que se relacionam a experiências passadas. “Esses recursos são infinitos, mas estamos usando apenas uma camada superficial desses recursos.”

 


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