Estudante de Medicina da USP em Ribeirão é destaque na “Forbes”

Verena Paccola foi reconhecida na “Forbes Under 30” pelo trabalho de identificação de asteroides e atuação na ciência

 10/01/2023 - Publicado há 1 ano
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Verena Paccola Menezes é destaque em Ciência e Educação na Forbes Under 30 – Foto: Divulgação/Forbes

A estudante Verena Paccola Menezes, do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, entrou na lista da Forbes Under 30, reconhecimento dado aos jovens com menos de 30 anos que tiveram maior destaque e influência no ano. Ao todo, a revista premia 90 pessoas em 15 categorias diferentes. Cada categoria recebe de 1 a 2 destaques, como foi o caso da estudante na categoria Ciência e Educação.

De acordo com Verena, ganhar o destaque de Ciência e Educação na Forbes “vai muito além de uma conquista pessoal, mas uma conquista coletiva. Eu luto muito por uma equidade de gênero na ciência. Como uma mulher que cresceu na ciência, eu sei da desigualdade nessa área e quero lutar contra isso, quero inspirar a nova geração de meninas e estar na Forbes é uma forma de mostrar para essas meninas do que elas são capazes”. Como exemplo, Verena cita uma mensagem recebida pelas redes sociais de uma mãe, que contou que sua filha, ao ver a estudante pela televisão, disse que quer ser médica astronauta. 

Em 2022, Verena recebeu diversos prêmios por descobrir mais de 25 asteroides nunca descritos. A nomeação de destaque na revista passou por uma avaliação “seguindo métricas e critérios objetivos e subjetivos. Além da categoria Ciência e Educação, a Forbes também premia jovens nas áreas de Arquitetura, Design e Urbanismo, Artes dramáticas, Artes plásticas e Literatura, Esportes, Finanças, Gastronomia, Indústria e Empreendedorismo, Marketing e Publicidade, Moda, Música, Tecnologia e Inovação, Terceiro setor e Empreendedorismo social, Varejo e E-commerce e Web e E-sports.

No futuro, a estudante conta que quer terminar a graduação em Medicina pela FMRP e almeja fazer residência em Neurocirurgia. Além disso, também planeja se especializar em Medicina Espacial, e sonha em ser a primeira brasileira a ir para o espaço e receber um Prêmio Nobel. “Junto a isso, quero continuar inspirando meninas na ciência e divulgar ainda mais a importância do trabalho científico”, reforça Verena. 

No primeiro domingo de 2023, Verena também foi destaque no programa do Luciano Huck, na TV Globo.

Caminhada até a Forbes

Aos 4 anos de idade, a estudante Verena Paccola, do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRP), já nutria um olhar questionador e curioso sobre o mundo. Um exemplo dessa característica é que ela levava um microscópio na escola no dia em que as crianças podiam levar brinquedos.

“Minha madrinha fazia pesquisa e ela tinha um microscópio velho e me deu, eu levava para a escola e colocava formigas e folhas de árvore para analisar. Isso marca muito a minha história, porque eu me considero cientista desde então. Para mim, ser pesquisador é quando você começa a buscar as respostas para as perguntas sobre o mundo”, conta.

Verena cursou o ensino médio no Colégio Técnico de Campinas, da Unicamp, e se formou como técnica em Enfermagem. Após se formar no ensino médio, ela desenvolveu uma pesquisa na área de Neurociência Computacional para pessoas com Transtorno do Espectro Autista, no Hospital Albert Einstein, por um ano. Também fez a inscrição e foi aceita na Universidade da Columbia Britânica no Canadá, em 2019. No final do mesmo ano, Verena voltou ao Brasil e decidiu estudar para cursar Medicina na USP em 2020. Ela ganhou bolsa para um cursinho preparatório e estudou para o vestibular em meio à angústia da pandemia. “Eu passei em Medicina na FMRP pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) em abril de 2021 e um dos melhores momentos foi contar para minha mãe e para a minha avó. Foi muito emocionante”, relembra.

Nascida em Indaiatuba, interior de São Paulo, Verena possui um histórico de excelência em diversas áreas, como em campeonatos de robótica, olimpíadas de neurociência e até de visita à Organização das Nações Unidas (ONU). Em dezembro de 2021, ela recebeu uma conquista: foi premiada pela descoberta de um asteroide classificado como importante no programa Caça Asteroides da Nasa e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). 


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