Na presidência do Brics, Índia deve aprofundar relações de cooperação

Paulo Borba Casella enxerga o bloco como importante principalmente por fugir do eixo Europa Ocidental-Estados Unidos e lembra que, em tempos de pandemia, a colaboração no nível global será ainda mais exigida

 07/05/2021 - Publicado há 3 anos
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Com o agravamento da pandemia no Brasil e na Índia, a colaboração no nível global será ainda mais exigida – Foto: Eric Frommelt/THE

 

Atualmente, a Índia é quem ocupa a presidência do Brics, agrupamento composto pelos emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em um contexto de pandemia e de outros fatores que forçam a cooperação no nível global, torna-se ainda mais importante países-membros analisarem as prioridades do bloco.

O professor Paulo Borba Casella, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, enxerga o Brics como importante principalmente por fugir do eixo Europa Ocidental-Estados Unidos: “O Brics é justamente importante por colocar essa perspectiva mais ampla, intercultural, que abrange quatro continentes e tem uma proposta não de ruptura, mas de reforma de algumas das principais instituições internacionais”, afirmou em entrevista ao programa Jornal da USP no Ar 1ª Edição

Nesse contexto, o embaixador da Índia no Brasil enfatizou que, na presidência, a Índia deve priorizar a continuação, consolidação e aprofundamento das relações. “Ele assinalou que já se conseguiu a reformulação de cotas de participação dos países do Brics nas instituições financeiras internacionais e isso ainda pode ser ulteriormente aumentado. Também enfatizou o fato de que o Brics tem a particularidade de não ser uma organização internacional, é um espaço de diálogo e cooperação”, analisa o professor Borba.

Com o agravamento da pandemia no Brasil e na Índia, a colaboração global será ainda mais exigida. Quando o Brasil não acompanha Índia e África do Sul na decisão de quebrar patentes, e tendo a Índia como a maior exportadora de vacinas do mundo, novos esforços em termos de relações internacionais devem aparecer. “Esperemos que, a partir de agora, o novo chanceler no Ministério das Relações Exteriores tenha mais bom senso na relação com a China e a Índia, porque são parceiros estratégicos do ponto de vista de comércio do Brasil, tanto comprando e vendendo quanto na questão das vacinas e de uma parceria estratégica, que é a mais importante e inovadora que o País tem em muito tempo.”


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