Pílula Farmacêutica #33: Peste bubônica ainda faz vítimas em pleno século 21

A doença devastou população na Europa medieval; hoje está controlada, mas não erradicada, necessitando de diagnóstico e tratamento rápido para evitar epidemia e mortes

 13/07/2020 - Publicado há 4 anos
Pílula Farmacêutica - USP
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Pílula Farmacêutica #33: Peste bubônica ainda faz vítimas em pleno século 21
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A peste bubônica ou peste negra, responsável pela morte de 1/3 da população europeia durante a idade média, voltou ao noticiário, no início deste mês, após as autoridades chinesas confirmarem novos casos da doença. Como o mundo ainda vive abalado pela pandemia do novo coronavírus, o simples ouvir sobre uma bactéria que matou tanto no passado já assusta.

É por isso que, nesta edição do Pílula Farmacêutica, a acadêmica Kimberly Fuzel, orientanda da professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, conta um pouco sobre as causas da peste bubônica, que podem ser controladas com medidas de higiene. Mas, caso a doença se instale, a medicina consegue fazer diagnóstico e tratar eficientemente com antibióticos.

Kimberly explica que a peste é “causada pela bactéria Yersinia pestis, que pode ainda provocar outros dois tipos de pestes, que são a peste septicêmica e a peste pneumônica”. A transmissão se dá “pela mordida de pulgas infectadas que se hospedam principalmente em ratos e outros roedores”. Após penetrar na pele, a bactéria se espalha pela corrente sanguínea até chegar nos gânglios linfáticos (pequenas glândulas espalhadas pelo corpo, como virilhas, axilas). Esses gânglios “vão passar a apresentar inflamação” e inchaço, formando os “bubões”. Segundo Kimberly, esses bubões são sintomas da doença, que também apresenta febre alta, calafrios, vômitos e dores por todo o corpo.

Para a nossa sorte, o diagnóstico é rápido e o tratamento, eficiente. Mas as condições sanitárias e de higiene devem ser mantidas, já que a doença está controlada, mas não erradicada. Assim, alerta a acadêmica, a peste “ainda pode provocar novos casos em diferentes lugares do mundo e, principalmente, em áreas rurais, onde existe um contato maior com animais que podem estar infectados pela bactéria causadora da doença”.

O diagnóstico e tratamento devem ser iniciados o mais rapidamente possível para evitar novas epidemias e mortes. Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento deve começar nas primeiras 15 horas depois do aparecimento dos sintomas.


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