Atividade física é essencial para manter saúde dos idosos

Bruno Gualano explica que isolamento não pode justificar sedentarismo, pois este pode causar problemas cardiovasculares, doenças metabólicas e queda da imunidade

 02/07/2020 - Publicado há 4 anos
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Exercícios físicos  – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

O sedentarismo oferece riscos à saúde de todos, em especial a dos idosos. Por isso, mesmo durante o período de isolamento social, é necessário se manter ativo. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar, Bruno Gualano, do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da Faculdade de Medicina (FM) da USP, dá detalhes sobre estudos relacionados a esse tema.

Gualano conta que “as populações mundiais têm experienciado uma queda muito grande no nível de atividade física e o Brasil tem um dos piores índices, com redução de 40% do nível de atividade física avaliado pelo número de passos”, de acordo com uma pesquisa publicada em uma revista famosa na área médica. Os malefícios desse sedentarismo em idosos são o aumento do risco de doenças cardiovasculares, doenças metabólicas, perda de função muscular e até queda de imunidade.

Por conta disso, enquanto não há uma vacina contra o coronavírus, a prática regular de atividades físicas é uma importante aliada na manutenção da saúde. “Baseando-se em experiências com outras infecções, como, por exemplo, a influenza, nós sabemos muito bem que idosos ativos têm uma resposta vacinal melhor”, explica Gualano.

O especialista também indica a falta de ações governamentais e políticas públicas sobre esse tema neste período. Segundo ele, os desafios do estímulo à atividade física em idosos passa pelo fato de que se trata de um grupo de risco e, portanto, “essa população deverá continuar buscando o isolamento social, mesmo com o relaxamento das medidas de distanciamento social. Isso, por si só, já dificulta a manutenção de movimento desses idosos em atividades de deslocamento e lazer. Nós precisamos de uma força conjunta, que una vários setores e que idealmente partiria do governo, para a tomada de medidas de mitigação do tempo sedentário do idoso. Caso contrário, teremos uma nova pandemia derivada da primeira: a da inatividade física”.

O Grupo de Pesquisa tem se mobilizado, visitando pacientes de todas as idades, e já se tem observado “níveis tóxicos de sedentarismo”, de acordo com Gualano. “Algumas pessoas têm passado 14 horas em posições sedentárias, sentadas no sofá, ou em uma mesa, trabalhando. Isso pode causar uma série de distúrbios cardiovasculares, musculares, inflamatórios e metabólicos, inclusive a curto prazo”, conta.

Tendo isso em vista, o recomendado é praticar atividades moderadas a vigorosas durante 30 minutos por dia, ou 150 minutos por semana. Para reduzir o sedentarismo, é necessário quebrar comportamentos sedentários, como ficar muito tempo sentado. Saiba detalhes ouvindo a entrevista na íntegra.


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