Com mobilização, cientistas se engajam na luta contra o racismo

Em 10 de junho, atividades científicas foram interrompidas em defesa das vidas de negros

 17/06/2020 - Publicado há 4 anos
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A interrupção das atividades em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), no último dia 10 de junho, em defesa das vidas de negros, é o tema da coluna do físico Paulo Nussenzveig. “Nesta segunda década do século 21, temos observado a preocupante popularidade crescente de ideias xenófobas e discriminatórias contra diferentes grupos, por características étnicas, religiosas ou orientação sexual”, afirma. “No Brasil, isso não é diferente. No seio de uma comunidade que deveria ser especialmente esclarecida, a comunidade acadêmica e científica, persistem odiosas formas de discriminação e abusos.”

“Revistas científicas da Sociedade Americana de Física, o repositório de artigos arXiv, as revistas Science e Nature, interromperam atividades no dia 10. Black Lives Matter”, ressalta o físico. “Nas várias colunas que apresentei, acredito não ter destacado a trajetória de cientistas negros. Examinando minha consciência, espero que isso não reflita preconceitos da minha parte, mas a baixa representação de negros na ciência.”

“Há inúmeras razões socioeconômicas para isso, porém precisamos abrir os olhos para atitudes discriminatórias que dificultam ou impedem a ascensão de negros nas nossas instituições”, aponta Nussenzveig. “Quero, então, registrar a admirável trajetória do professor Milton Santos, cuja carreira também foi fortemente afetada pela ditadura militar, lamentavelmente vista com saudosismo pelos atuais ocupantes de altos cargos federais. O espaço desta coluna é insuficiente para lhe fazer justiça, por isso deixo claro que não tenho essa pretensão.”

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Ciência e Cientistas
A coluna Ciência e Cientistas, com o professor Paulo Nussenzveig, no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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