Biomarcadores na urina ajudam a identificar câncer de próstata

Estudo elaborado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP busca criar um teste mais barato e eficaz para detectar a doença

 10/12/2019 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 11/12/2019 as 13:19
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Pesquisadores do Laboratório de Investigação Médica da Disciplina de Urologia da Faculdade de Medicina da USP (LIM 55), em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas, conseguiram estabelecer uma relação entre biomarcadores na urina e o câncer de próstata. O novo método detectou pacientes com a doença a partir das amostras de urina, e, caso seja validado nos próximos testes, poderá se tornar uma opção muito menos custosa de exame, além de não ser um procedimento invasivo. O Jornal da USP no Ar conversou com a professora Katia Ramos Moreira Leite, da Disciplina de Urologia da Faculdade de Medicina, chefe do Laboratório de Investigação Médica, o LIM 55 do HC.

Katia relembrou que o projeto começou em 2014, buscando identificar marcadores e diagnósticos do câncer de próstata. O grupo passou então a comparar exames de urina e biópsias para encontrar substâncias que indicassem a presença da doença, e foi descoberto um grupo de proteínas na urina que era expresso com os pacientes cujo diagnóstico na biópsia havia sido de câncer. “O que a gente quer é conseguir rastrear um número grande de pacientes de uma maneira barata, simples e pouco agressiva, e tentando ser o mais acurado possível na identificação da doença”, explicou a professora.

Foto: NIH Medical Arts/Flickr-CC

Os principais métodos atuais de identificação da doença são o toque retal, que busca identificar uma zona de endurecimento na próstata, e o exame dos níveis de Antígeno Prostático Específico (PSA) no sangue, que muitas vezes requer uma biópsia para confirmação das suspeitas iniciais. Dessa forma, a professora contou que um dos objetivos do estudo é “evitar que se prossiga com essa investigação com metodologia mais agressiva em um paciente que eventualmente não tem nada que a suspeita indique, já que, apesar de o PSA estar alterado, ele pode não ter câncer de próstata”.

Além de ter identificado com 100% de precisão os pacientes que tinham o câncer, o novo método também se mostrou efetivo na avaliação da agressividade do tumor: “a gente não só tem que identificar se o paciente tem o tumor, mas se ele vai colocar em risco a qualidade ou a quantidade de vida do indivíduo, e conseguimos identificar nessa pesquisa aqueles tumores com pouca agressividade e aqueles com maior agressividade”, afirmou Katia. Esse diagnóstico é importante para a escolha do tratamento mais adequado para cada paciente, que pode variar desde uma observação cuidadosa até uma intervenção mais agressiva.

Ouça a entrevista na íntegra no player acima.


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