Na coluna Ciência e Esporte desta semana, dentro da temática Copa do Mundo, o professor Paulo Roberto Santiago fala do efeito da temperatura sobre o desempenho físico e técnico de jogadores de futebol. Uma medida que vem sendo muito discutida é a WBGT, que é o aparelho responsável por monitorar e exibir o Índice de Estresse de Calor.
Santiago analisou um trabalho publicado na British Journal of Sports Medicine, no qual foram estudados os índices apresentados pelo WBGT durante a última Copa, realizada em 2014 no Brasil. “Das 64 partidas que ocorreram durante o evento, o aparelho as classificou em três tipos. E com isso foram apresentados os níveis de estresse que os atletas passaram devido à temperatura. Ao todo, foram 28 jogos em baixo estresse, 20 em moderado e 16 em alto.”
Entre os resultados, o professor diz que não foram encontradas diferenças em tempo de jogo, nem em distância percorrida, número de gols e de cartões tomados durante as partidas. Segundo ele, houve diferença nos números de sprints, corridas de alta velocidade e a distância e o tempo de permanência nessas faixas de alta velocidade.
“Um dos resultados mais interessantes é que os atletas estavam se poupando e evitando esse tipo de ação, os sprints, para não ter perda de eficiência na hora do passe de bola. E os índices realmente apresentaram isso, pois, na copa de 2014, os números de passes bem-sucedidos aumentaram”, diz Santiago.
O professor ainda lembra que, devido ao calor no Brasil, era necessário, durante os jogos, paradas técnicas para hidratar. Muitos atletas necessitavam até mesmo de um tipo de hidratação específica e essa foi uma das principais estratégias dos times para enfrentar o calor.
Ouça, no link acima, a íntegra da coluna Ciência e Esporte.